22 de outubro de 2009

Ai está o novo governo, que limita-se a ser mais do mesmo…

Quanto ao Ministério do Trabalho e Solidariedade Social a escolha de Maria Helena André é mais uma prenda ao trabalho da UGT.
Primeiro foi o torres couto e a oferenda dos tachos que recebeu por parte do PS por tudo o que fez para prejudicar os trabalhadores.
Agora, após o branqueamento e a ajuda na imposição do actual código de trabalho feito em prol da exploração de quem trabalha, imposição essa que teve na UGT uma grande ajuda, enormíssima ajuda... lá arranjaram uma prenda para alguém com responsabilidades da política praticada pela UGT, em prol dos mecanismos de apoio à escravatura do trabalho.
Não percebo porque dizem que esta ministra é do meio, do sindicalismo... pois o meio sindical é aquele que está junto dos trabalhadores, ao lado destes na luta dos seus direitos... e não o sindicalismo de secretária e de tácticas para ajudar os patrões a obterem cada vez mais lucros, em detrimento de quem trabalha e mais necessita.

14 de outubro de 2009

Formação de listas...


Existem partidos que quando constituem listas para concorrer às eleições, constituem essas listas de forma a constituírem uma equipa com competência e sabedoria para desempenharem os cargos a que se candidatam;

Partidos esses que preferem perder, ou não ganharem, câmaras do que abdicarem dos seus princípios de consciência;

Enquanto isso existem partidos que para ganharem votos vale tudo, desde constituírem listas com pessoas que a única “coisa” que possuem é falta de escrúpulos, tendo como único objectivo ganharem poder e influência para constituírem e desenvolverem os seus negócios à conta do erário publico, ao mesmo tempo que defendem a iniciativa privada, esquecendo de dizer que querem a privatização de tudo e mais alguma “coisa”, mas querem que os prejuízos sejam financiados pelo estado, enquanto os lucros sejam dirigidos directamente para os bolsos dos privados.

Mas nem tudo é mau, existem partidos que também privilegiam as listas que fomentem o convívio da família, e isto é bom, numa altura em que devido à exploração dos trabalhadores, estes nem tempo e disponibilidade têm para darem assistência à sua família; Pois por muito que trabalhem ganham simplesmente o mínimo dos mínimos para sobreviverem.

11 de outubro de 2009

Somos os maiores...

É nestas coisa que vemos como Portugal está muito à frente de qualquer pais “civilizado”, não fossemos ao longo de mais 30 anos governados por verdadeiros digníssimos xuxas, compadres e socratinos... tudo em nome da construção de um pais que acolhe e protege quem mais necessita, no seu dia-a-dia; Protegendo aqueles que precisam de muitos euros para manterem a politica bolsista activa, a fim de não deixarem o valor das acções descerem, assim como de nacionalizarem o prejuízo originado pela especulação bolsista; Proteger e aumentar as contas bancárias de quem pode e deve ter ainda mais, criando condições económicas e legislativas para que a exploração de quem trabalha seja ainda mais facilitada, só assim é que não é desviado qualquer cêntimo dos lucros, em benefício de quem trabalha e que produz o lucro que enche o bolso destes senhores; E caso de prejuízo o estado paga...

Pois é nós temos os buracos originais, enquanto outros precisam de produzir artificiais, o nosso desenvolvimento é enorme...

Obrigado a todos os que ao longo destes anos têm contribuído para a eleição destes senhores que desenvolveram imenso o nosso Pais, tornando-o o pais da escravatura moderna.







Notícias boas, no meio da crise!

Já não era sem tempo!

Finalmente, notícia que nos permite sentir algum orgulho...

Um estudo recente conduzido pela Universidade Técnica de Lisboa mostrou que cada português caminha em média 440 km por ano.

Outro estudo feito pela Associação Médica de Coimbra revelou que, em média, o português bebe 26 litros de Vinho por ano.

Conclusão:

Isso significa que o português, em média, gasta 5,9 litros aos 100km, ou seja... é económico!

...Afinal, nem tudo está mal, neste País! :))

Anedota

Francisco Louçã:


- Senhor Primeiro Ministro, isto está de tal maneira que até as
raparigas licenciadas têm que se prostituir para sobreviver.


O Primeiro Ministro com o seu sorriso responde:

- Lá está o Senhor Deputado a inverter tudo,.... o que se passa é que
o nosso sistema de ensino está tão bom, que até as prostitutas hoje
são licenciadas...

Menu - A última ceia dos contratados

Entradas
Estatuto da Carreira Docente
Novo Projecto de Contratação


Pratos do Dia
Paixão pela educação economicista poivrée
Ministra suada com exames e maionese

Valter Lemos eduquês coq au vin

Professor transumante, servido nas filas para o
subsídio de desemprego

Prato Komplicadex

Contratação pelas escolas com perfil do candidato “à cunhex”.

Especialidades da Casa

Meia dose de horas com puré e sem aditamento até ao 3º período
Prof. sem Julho e Agosto, acompanhado com
despedimento
Prof. sem poder concorrer no 3º período servido no espeto
Prof. renovável duas vezes por 3 meses com puré
de maçã
Concurso nacional “ à Salazar”
Professor de enriquecimento curricular a 8€ à hora, na brasa
Professor “chanfana” com “qualificação profissional ”, excluído pelo sistema
Professor “habilitação-própria”, capão, impedido
de aceder à profissionalização Contratados sem calorias, com tempo de serviço reduzido a 0%
Professoras fritas com licença de maternidade
reduzida a puré

Sobremesas

Contratos sucessivos sem vinculação flambés
Grupo de técnicas especiais com bolacha ralada


Notas do Gerente:

Estes são os pratos disponíveis para a Última Ceia dos Contratados a ter lugar no mês de Julho. No próximo ano, segundo o modelo de contratação proposto e na forja, a dos Professores contratados não auferirá vencimento nos meses de Julho e Agosto, pelo que esperam que seja a Ministra da Educação a convidá-los para cear.

Estão esgotados os seguintes pratos:

- Respeito pelos professores - Respeito pelos alunos -Respeito pelo Código do Trabalho, sendo os professores contratados ano após ano sem obrigatoriedade de vinculação por parte do Ministério da Educação

10 de outubro de 2009

Anúncio oferta trabalho

Este anúncio foi publicado num famoso site de procura e oferta de trabalho nacional.
Um jovem recém-licenciado na área leu-o e achou que devia responder à letra!
A Revista Visão de 16 de Julho publica um artigo sobre o jovem que deu esta resposta!

A XXXXXXXXXX está a aceitar candidaturas para estágio na área de Design
Requisitos Académicos: Finalista ou recém-licenciada(o) em Design
Competências pessoais :
• Poder de comunicação;
• Iniciativa;
• Auto-motivação;
• Orientação para resultados;
• Capacidade de planeamento e organização;
• Criatividade
Competências técnicas :
Conhecimentos nos seguintes programas/linguagens
® Adobe Photoshop,
® InDesign,
® Illustrator (FreeHand e Corel Draw) Flash,
® Dreamweaver,
® Premiere,
® AfterEffects,
® SoundBooth,
® SoundForge,
® AutoCad,
® 3D StudioMax
® HTML (basic),
® ActionScript 2.0 (basic),
® CSS,
® XML.
Remuneração: Estágio Remunerado
Duração: 6 meses, com possibilidade de integração na equipa

Portanto, e resumindo, esta empresa quer um recém licenciado que saiba de origem 13 softwares e 4 linguagens de programação. Isto é o país em que vivemos.
Não me ficando atrás perante esta pérola, decidi responder no mesmo estilo.
Eis o que lhes respondi:

Boa noite,
Estou a entrar em contacto para responder ao anúncio colocado no site Carga de Trabalhos para a posição de estagiário em Design.
Chamo-me André Sousa, tenho 25 anos e sou um recém licenciado em Design de Equipamento (Fac. Belas Artes de Lisboa).
Sou extremamente comunicativo, transbordo iniciativa e auto-motivação, estou constantemente orientado para os objectivos como uma bússola para o Norte (magnético), sou mais planeado e organizado que o Secretário de Estado de Planeamento e Organização e sou um diamante da criatividade como já devem ter percebido e como vão poder comprovar nas próximas linhas.
Quanto aos conhecimentos técnicos:
Sou um mestre em Adobe Photoshop.
Conheço o InDesign por dentro e por fora.
O Illustrator, Freehand, Corel e o Flash são os meus brinquedos do dia a dia, faço o que quiser com eles.
Nem me ponham a falar do Dreamweaver, até de olhos fechados...
Premiere... Até sonho com ele!
AfterEffects tem um lugar especial no meu coração.
Faço umas coisas bem maradas com o SoundBooth e o SoundForge.
Com o Autocad e o 3d Studio Max até vos faço duvidar dos vossos próprios olhos.
Html, Action Script 2.0, CSS e XML são as linguagens do meu mundo.
Mas sejamos francos, qualquer estudante de 1º ano sabe de cor e salteado qualquer um destes 13 softwares e 4 linguagens de programação...
Eu sou um recém finalista. E como tal tenho muito mais para oferecer:
Tenho conhecimentos de Cinema 4D, Maya, Blender, Sketch Up e Paint ao nível de guru.
Tenho conhecimentos mega-avançados de C+, C, C++, C+ ou -, Java, JavaScript, Ruby on Rails, Ruby on Skates, MySQL, YourSQL, Everyone'sSQL, Action Script 3.0, Drama Script 3.0, Comedy Strip 3.0 e Strip Tease 2.5, Ajax, Vanish Oxi Action, Oracle, Sonasol, XHTML, Batman e VisualBasic.
Conheço o Office todo de trás pra frente assim como o Microsoft WC.
Domino o Flex ao nível do Bill Gates e mexo no Final Cut Pro melhor que o Steven Spielberg.
Tenho ainda conhecimentos de grande amplitude em 4 softwares que estão a ser desenvolvidos por grandes marcas e também de 3 outros softwares que ainda não foram inventados.
Falo 17 línguas, 5 das quais já estão mortas e 6 dialectos de povos indígenas por descobrir.
Com estes conhecimentos todos estou super interessado num estágio porque acho que ainda tenho muito para aprender e experiência para ganhar. Espero que ao fim de 6 meses tenha estofo suficiente para poder fazer parte da vossa equipa e quem sabe liderá-la.
Fico ansiosamente à espera de uma resposta vossa.
Embora tenha uma oportunidade de emprego na NASA e outra no CERN espero mesmo poder fazer parte da vossa equipa.

Cumprimentos,
A. S.

PS: Com um anúncio desses, a pedir o que pedem a um recém licenciado, é uma resposta destas que merecem. Peço desculpa se feri susceptibilidades mas não me consegui conter

ANTES DA POSSE


O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que

não lutaremos contra a corrupção.

Porque, se há algo certo para nós, é que

a honestidade e a transparência são fundamentais.

para alcançar os nossos ideais

Mostraremos que é uma grande estupidez crer que

as máfias continuarão no governo, como sempre.

Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo da nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que

se possa governar com as manchas da velha política.

Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que

se termine com os marajás e as negociatas.

Não permitiremos de nenhum modo que

as nossas crianças morram de fome.

Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.

DEPOIS DA POSSE
Basta ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA CIMA

6 de outubro de 2009

Sondagens

Adoro estas sondagens, em Odivelas até o PSD vai à frente da CDU
Será que nas sondagens só de dez em dez é que dão a opção da CDU, ou será que cada vez que alguém demonstra votar no PS, conta dois votos para o PS e um para O PSD... e vice-versa.

É verdade que o PS e PSD têm-se dado muito bem nestes anos em que partilham a câmara de Odivelas, ora um da umas licençaszinhas, ora outro umas inspecçõeszinhas...

Os construtoreszinhos agradecem... que não vos falte nada... ámen

5 de outubro de 2009

A Doutrina do Choque


Naomi Klein

Em A Doutrina do Choque, Naomi Klein põe um fim ao mito de que o mercado livre global triunfou democraticamente. Expondo o modo de pensar, o rasto do dinheiro e os fios de marioneta por detrás das crises e guerras mundiais das últimas quatro décadas, A Doutrina do Choque é a história absorvente de como as políticas de "mercado livre" da América têm vindo a dominar o mundo - através da exploração de povos e países em choque devido a inúmeros desastres.

  • livraria.escolareditora.com
  • O parasitismo do sector financeiro



    por Michael Hudson
    Entrevistado por Fred Harrison



    Fred Harrison: Como fazer para resolver o problema da dívida?

    Michael Hudson: O único meio de fazer isso é eliminar (wipe out) as dívidas que não podem ser pagas. Se uma hipoteca é de US$500 mil sobre uma casa de US$250 mil, você tem de reduzir o valor (write down) da hipoteca ao preço do mercado e tem de permitir que os credores assumam uma perda pelos seus maus empréstimos.

    FH: O salvamento dos bancos está a resolver esta crise financeira?

    MH: Não, o salvamento dos bancos é apenas para pagar os credores e dar-lhes o dinheiro para os empréstimos bancários, sem dar um centavo de alívio de dívida aos devedores reais. Tudo isto significa que o governo está a assumir a posição credora, expulsando os proprietários das casas e lançando as casas no mercado.

    FH: Mas será que os contribuintes obterão o seu dinheiro de volta no fim?

    MH: Se os contribuintes pudessem obter o seu dinheiro de volta, pode estar certo de que a empresa privada viria e compraria as hipotecas. Se se tem o mercado a NÃO comprar as hipotecas, se se tem o bancos a dizerem: "Estas hipotecas lixo e estes resíduos tóxicos", como é possível que os contribuintes possam fazer dinheiro a partir destes resíduos tóxicos? Será que é realmente um bom investimento para os contribuintes virem e salvarem os bancos que dizem: "Nós fabricámos hipotecas lixo e estes resíduos tóxicos e não somos capazes de vendê-lo, temos de encontrar um louco maior". Não há maneira de os contribuintes poderem fazer dinheiro daquilo. (E mesmo que PUDESSEM fazer dinheiro, será uma boa ideia efectuarem a expulsão dos incumpridores de hipotecas das suas casas?)

    FH: OK, sei que o sr. foi economista na Wall Street, que ensina teoria económica em universidades por todo o mundo. O sr. foi consultor de governos em todo o mundo e pensa também que há lições a serem aprendidas do Mundo Antigo e que de certo modo em tempos bíblicos o cancelamento de dívida foi algo que hoje nos dá ensinamentos. De que modo?

    MH: Bem, durante 3000 anos, desde a Suméria à Babilonia e às terras judias, eles tiveram a mesma política com a lei do Jubileu. Quando um novo rei assumia o trono na Babilónia e na Suméria, ele tinha uma de três soluções: libertaria os escravos da dívida, devolveria as terras às pessoas que as houvessem perdido por arresto, os meios básicos de subsistência para famílias – e anularia dívidas pessoais. Com a eliminação das dívidas más da contabilidade, criava-se um recomeço. Esta foi a política adoptada na lei judaica, no Levítico, com o Ano Jubileu.

    FH: De modo que está agora a dizer que há um meio de transpor aquela história para a moderna teoria económica, para resolver a crise financeira global.

    MH: Sim. A Antiguidade administrou-se durante 3000 anos, sem uma bolha financeira, sem uma bolha económica e continuamente a restabelecer ordem. E a antiguidade percebeu algo que os modernos economistas não alcançam: perceberam que dívidas tendem a crescer acima da capacidade para pagar. E quando as dívidas chegavam a esse ponto na Antiguidade, o governante cancelava-as. É claro que isso era muito fácil na Antiguidade, porque a maior parte das dívidas eram fiscais, devidas ao Palácio – e é fácil cancelar dívidas quando elas são devidas a você. É mais difícil cancelar dívidas quando se chega à Grécia e a Roma e elas são devidas a credores privados. Foi aqui que começou o problema.

    FH: Assim, agora, 2000 anos depois, não podemos simplesmente cancelar as dívidas por determinação do governo.

    MH: Bem, você realmente pode, porque as dívidas estão a ser canceladas – eles já estimam que há um valor de 8 milhões de milhões de dívidas imobiliárias podres. Se o governo apenas deixasse as condições de mercado actuarem, quando o Lehman Brothers foi à bancarrota em Setembro, as hipotecas da LM eram comerciadas no mercado a 22 centavos de dólar. Neste ponto, os compradores poderiam ter vindo e comprado as hipotecas a 22 centavos sobre cada dólar e então dirigir-se aos compradores de casas e de imóveis e dizer: "OK, vamos renegociar a sua hipoteca a 22 centavos, talvez 24 centavos sobre cada dólar, ou mesmo 25 centavos por dólar" – o que lhes daria um lucro. Eles teriam rebaixado as dívidas à capacidade para pagá-las, ou ao preço do mercado. E de um modo ou de outro as dívidas estão a caminho de serem rebaixadas de acordo com a capacidade para pagá-las, de qualquer forma elas não vão ser pagas. Se o povo não pode pagar mais dívida, ele não pagará. A pergunta é: "Como não pagarão?"

    FH: Então porque os governos não estão a fazer isso, a cancelar as dívidas, ou permitir que as dívidas sejam canceladas?

    MH: Pergunta muito boa. A razão é que o maior contribuidor para as campanhas políticas é o Sector Financeiro e os governos têm como opção salvar a economia ou salvar os credores que fizeram maus empréstimos. Eles disseram: "Não nos importamos com a economia, estamos a salvar os credores que são a nossa clientela". E é isso que os governos estão hoje a fazer. Eles não estão a salvar a economia, estão a salvar a sua clientela, os credores: estão a salvar a City de Londres, estão a salvar a Wall Street e estão a salvar a bolsa e a deixar a economia definhar. E até que o governo salve a economia e rebaixe as dívidas até à capacidade para pagar não há maneira de haver uma recuperação.

    FH: Está a dizer, então, que os governos estão a actuar de má fé?

    MH: Eles não estão a actuar democraticamente. O que os governos têm feito tem sido transformar uma Democracia numa Oligarquia. E estamos a ver uma Oligarquia e, de facto, é uma Cleptocracia que emerge aqui. E se os governos não estão a fazer o que o povo espera que façam eles não estão a representar os interesses dos seus constituintes.

    FH: Mas o presidente Obama diz que está em vias de efectuar uma mudança, não é como de costume em Washington.

    MH: Quando Obama fala acerca de mudança ele não está a falar acerca de mudança financeira, não está a falar de mudança económica. Está a falar acerca de leis trabalhistas, reforma da saúde, igualdade racial, de maneira nenhuma acerca de qualquer mudança de económica porque, de facto, ele renomeou os administradores de Bush e os administradores de Clinton. E se quiser ver o que são os seus planos para os Estados Unidos, olhe o que a equipe de Obama fez quando teve liberdade de acção na Rússia na década de 1990. Eles provocaram a maior desigualdade e cleptocracia dos tempos modernos.

    O PARASITA APOSSA-SE DO CÉREBRO DO HOSPEDEIRO

    FH: Então, Michael, você está em Londres para dar uma conferência na University of London. O que é que lhes vai dizer?

    MH: Bem, vou dizer-lhes que o sector financeiro e os do imobiliário e dos seguros não fazem parte da economia real da produção e do consumo. O activo e a riqueza de um sector são diferentes da produção desse mesmo sector. Você pode pensar do sector financeiro como sendo encrustado em torno da economia real, quase como um parasita, e é por isso que desde há muito tem sido chamado parasítico. O sector financeiro extrai juros da economia, o sector da propriedade extrai renda económica, como fazem os monopólios. Agora a questão chave acerca de parasitas é que não se trata de eles simplesmente extraírem alimento do seu hospedeiro. O parasita apossa-se do cérebro do hospedeiro, para fazê-lo pensar que é parte da economia, fazê-lo pensar que é parte do próprio corpo do hospedeiro. E é o que o sector financeiro faz hoje. Você tem Obama a dizer: "Temos de salvar os bancos a fim de salvar a economia real". O facto é que não se pode servir a ambos, ao parasita e ao hospedeiro.

    Agora a coisa admirável é que temos as tabletes de treino económico da Babilónia, do ano 2000 AC, e os modelos matemáticos que eles tinham da economia, em 2000 AC, são mais refinados do que qualquer dos modelos matemáticos que usam hoje para planeamento governamental. E a razão é que calculavam quanto tempo uma dívida demorava para duplicar. Qualquer taxa de juros tem um tempo de duplicação. Eles, em 2000 AC, sabiam que as dívidas duplicam, também sabiam da tendência para as dívidas crescerem mais rapidamente do que a economia pode crescer e esta é a razão porque, quando cada novo governante era entronizado, eles cancelavam as dívidas.

    FH: Mas, veja, tivemos economistas com Prémio Nobel a ensinarem hedge funds a operar. Está a dizer que eles são ignorantes em matemática?

    MH: Bem, é uma boa pergunta. Veja-se o facto de que o Long Term Credit Management faliu utilizando vencedores do Prémio Nobel. Os modelos matemáticos que ganham os Prémio Nobel conduziram a 450 milhões de milhões de dólares de contratos derivativos que agora são lixo. Assim, aquilo a que dão o Prémio Nobel é à matemática lixo que tem levado a derivativos lixo e hipotecas lixo. Foi isso que aconteceu.

    Entrevista feita por Renegade Economist, em Londres, a 27/Fevereiro/2009.

    Transcrita por Peter Myers em 30/Julho/2009. O vídeo original encontra-se em http://www.youtube.com/watch?v=3pwAFohWBL4

    O texto encontra-se em http://renegadeeconomist.com/