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21 de junho de 2013

Quem tem medo dos professores? (um grito de revolta)

Quem tem medo dos professores?
Por Helena Almeida

 
… pois...
 
Pelos vistos, todos. 
Quando a classe se une; 
quando a inércia se sacode; 
quando a doentia tendência que os professores têm para cumprirem tudo, aceitarem tudo sem um queixume - se transforma na revolta de quem já não aguenta mais; 
quando os professores tomam consciência do poder que detêm - e o exercem, o país treme.
 
Tremem os políticos ao verem escapar-se-lhes debaixo das garras dominadoras a classe que (justificadamente, diga-se...) acreditavam mais submissa, a mais sensível à chantagem emocional. Os direitos dos jovens, pois claro!
Tremem os pais ao verem ameaçados ... basicamente, os seus organizadinhos planos de férias, pois que outra coisa?
 
Hipócritas, uns e outros.
Não os comovem as crianças com fome, a única refeição diária retirada das escolas, a ASAE que há anos se pôs a medir batatas e encerrou ou inviabilizou as boas cantinas escolares, agora reféns da normalizada  fast food de empresas duvidosas.
Não os comovem as escolas fechadas, as crianças deslocadas, as escolas-fábrica em que cada aluno não é sequer um número, o interior do país desertificado, as longas viagens de e para casa, o tempo com a família, inexistente.
Não os comovem os livros deitados fora, que deixaram de servir porque sim: o novo programa de matemática para quê se o outro dava mostras de funcionar, o (des)acordo ortográfico para benefício de quem..
Não os comovem os professores massacrados que lhes aturam os filhos todo o dia, : «Já não sei o que fazer dele, dela..., em casa é a mesma coisa... »
Não os comovem os alunos que querem aprender e não podem, a indisciplina na sala de aula e os professores esgotados, deprimidos, muitas vezes doentes, os professores que desabam a chorar no meio da aula, a tensão, as pulsações que disparam e como é que se pode ensinar assim?
Não os comovem os professores hostilizados publicamente por ministras, escritores, comentadores, opinadores - e já lá vão anos de enxovalhamento!
Não os comovem as políticas aberrantes do ministério da Educação, as constantes alterações aos curricula, aos programas, as disciplinas de uma hora semanal a fingir que existem e os professores que se adaptam aos caprichos todos, formações atrás de formações, obrigatórias todas, pagas do próprio bolso algumas;
Não os comovem as condições de trabalho e de saúde de quem lhes zela pelos filhos, as horas insanas passadas na escola, as tarefas sem sentido e as outras, o tempo e a disposição que depois faltam para tudo o resto que fazem em casa, preparar aulas, orientar trabalhos, corrigir testes, as noites que não dormem e amanhã aguenta-te que não são papéis que tens à frente, mas sim pessoas!
Não os comovem vidas inteiras de andar 'com a casa às costas', 10, 20, 30 anos contratados (dantes chamavam-se 'provisórios'), de Trás-Os-Montes ao Algarve e é se queres ter emprego, SEMPRE assim foi até conseguirem um lugar no quadro de efectivos numa escola - e agora aos 40, 50, à beira de vínculo nenhum! - as regras que mudam, a reforma que se alonja, a carreira de há muito congelada, os sucessivos cortes no salário, os impostos uns atrás dos outros e depois ......
cara alegre que tens a responsabilidade de ensinar, formar, educar os nossos jovens, futuro deste país ou de outro para onde emigrem, será mais certo.

E eu digo, professora que fui, professora que serei sempre e já não vos aturo: VÃO-SE FODER com as vossas preocupações da treta, a vossa chantagem e as vossas ameaças, os vossos apelos aviltantes. E não, não peço desculpa pela linguagem, que outra não há que dê a medida da raiva.

Quem é que vocês, políticos, associações de pais, pensam que são?
Vocês, que destroem tudo o que de bom se tinha conseguido neste país? Que promovem o regresso à miséria, ao cinzentismo, à ignorância? Que se estão borrifando para os alunos e as famílias, a qualidade do ensino nas nossas escolas públicas? Que tiram ao estado para darem aos privados? Que acabam com apoios onde eles eram vitais, aos alunos mais pobres, aos alunos com deficiências? Que despedem psicólogos e professores do ensino especial? Que, em exames, recusaram tempo extra aos alunos que a ele tinham direito? Que não fazem nada para promover a educação, os vossos podres serviços públicos reféns do vosso oportunismo, da vossa falta de valores, do vosso cinismo?
Vocês, que atacam os professores mas lhes confiam os vossos filhos? Que não os educam em casa, mas esperam que eles o façam na escola? Que agora defendem a "mobilidade especial" quando antes defendiam a estabilidade, se queixavam de que as crianças mudavam de professores todos os anos? Que não percebem que um professor maltratado é um profissional menos disponível para os alunos que tem à frente? Que a luta dos professores é a luta pelos vossos filhos, pela qualidade da sua educação, pelas oportunidades do seu futuro?
 
E vocês, opinadores 'de bancada' que continuam a achar que os professores trabalham pouco e ganham muito, por que se queixam agora desta greve (três meses de férias, é?!), quando nunca antes se queixaram das condições miseráveis em que vocês próprios sempre viveram?
Por que não se queixam dos dinheiros mal-gastos destes políticos?
Por que não se queixam de um serviço público de televisão que vos embrutece e vos torna prisioneiros de quem vos engana todos os dias, vos impede de terem pensamento próprio?
Por que não se queixam da razia deste governo sobre os  funcionários públicos, dos serviços que vão funcionar muito pior, das horas de espera que vão aumentar, nos hospitais, nos centros de saúde, nos correios e nas repartições todas, a 'má-cara' de quem, maltratado, vos vai atender com pouca paciência e muito cansaço?
A vocês, que pelos vistos não sabem o que é uma greve, nunca vos vi defenderem os professores do vosso país. Vi-vos aplaudirem uma ministra que vos 'ganhou', 'perdendo-os'. Vi-vos porem-se contra eles, ao lado dos filhos que vocês não souberam nem se preocuparam em educar. Vi-vos irem às escolas apenas para insultarem ou ameaçarem os que nela todos os dias 'dão o litro' para que os vossos filhos sejam melhores que vocês, tenham as condições de vida que vocês não puderam ter.
 
Os professores não estão de férias, como vocês, que tudo julgam saber, gostam de apregoar.
Os Professores estão em greve. Finalmente!
Os Professores levaram anos a aguentar pauladas. Anos e anos a serem, eles, prejudicados.
Agora fazem greve, dizem BASTA!
Vocês, deviam fazer o mesmo, assim a educação que a escola pública vos proporcionou vos tenha garantido sentido crítico, pensamento autónomo e DIGNIDADE.
Helena Almeida

11 de junho de 2013

Professores ajudem a pagar a divida do estado…

Caríssimo Sr. Ministro Crato,

Hoje, mais do que nunca, estamos solidários com o governo do qual V. Exa. é ministro da deseducação, perdão, educação.

Por isso nesta casa, hoje, contribuímos com mais ou menos € 50,00… esperemos que utilize bem este dinheirinho.
Não fique preocupado, pois poupa-se na gasolina…

Mas não é a primeira ajuda que damos, por aqui. Para V. Exa. poupar nos livros dos meninos, nas fotocópias e etc… temos despendido do nosso “orçamento residencial” para que tal não falte aos meninos mais carenciados. A Canon e a Staples têm agradecido.

E pode contar connosco, para poupar ainda mais…

Já viu que os sindicatos e os professores estão do seu lado, para que possa poupar….

Pode contar connosco para lutar e resistir…
Greve é a nossa arma…


24 de maio de 2013

A falta de senso dos defensores do consenso- Santana Castilho in Público, 22 de maio de 2013

(…)
5. Mal foi anunciada a greve dos professores, surgiram, cândidos, dois discursos: o dos que a condicionam a não perturbar a tranquilidade do chá das cinco e o dos que só militam na solução que nunca é proposta. Aos primeiros, é curioso vê-los invocar o direito de uns, com as botas cardadas calcando os direitos dos outros.

Aos segundos, repito o que em tempos aqui escrevi: os professores sabem, têm a obrigação de saber, que todo o poder só se constrói sobre o consentimento dos que obedecem. Quando vos tocarem à porta, não se queixem!

Trinta alunos por turma, 300 alunos por professor, mais horas de trabalho lectivo, mais horas de trabalho não lectivo, menor salário, carreiras e progressões congeladas vai para sete anos, obrigatoriedade de deslocação a expensas próprias entre escolas do mesmo agrupamento, exercício coercivo a centenas de quilómetros da residência e da família, desmotivação continuada e espectro do desemprego generalizado são realidades que afectam os professores em exclusivo?

Não afectam os alunos? Não importam aos pais? Ao futuro colectivo?

A diminuição do financiamento dos serviços de acção social escolar, quando o desemprego dos portugueses dispara e a fome volta às nossas crianças, bem como a remoção sistemática, serviço após serviço, das respostas antes existentes para necessidades educativas especiais, é problema corporativo dos professores ou razão para que a comunidade civilizada se mobilize?

A drástica diminuição dos funcionários auxiliares e administrativos, a redução das horas de apoio individualizado aos alunos, o aumento do preço dos manuais e dos passes e a deslocação coerciva de crianças de tenra idade para giga-agrupamentos são problemas exclusivos dos professores?

Santana Castilho
Professor do ensino superior

Nada de auspicioso se adivinha

Caros colegas

Em virtude da reunião ocorrida na passada semana (sexta-feira) entre o Ministério da Educação e a FENPROF, tenho a transmitir-vos resumidamente as informações que nos foram dadas pelo Ministério (na pessoa do secretário de estado do ensino básico e secundário):

1.ºOs Diretores de Agrupamento vão perder a subvenção que tem usufruído até à data pelo cargo que ocupam, uma vez que a mesma é considerada um suplemento remuneratório. O mesmo também se aplica aos demais funcionários que recebem suplementos;

2.ºOs professores que se encontrarem em horário 0 em setembro passam automaticamente para a mobilidade especial;

3.ºTodas as bonificações previstas no ECD que permitiam aos professores obter progressão mais rápida na carreira terminam;

4.º A equiparação das tabelas remuneratórias dos funcionários públicos e do privado deverão levar a uma redução salarial entre 15 a 20% a aplicar até 2015;

5.ºO aumento de trabalho irá passar de 35 horas para 40h, sendo que nos professores implicará um aumento de 3h na carga letiva, a aplicar a todos os professores, independentemente das reduções que possam beneficiar até ao momento;
O art.º 79.º está previsto acabar, estando a sua extinção ainda em estudo, se deverá ocorrer já em setembro de 2013 ou e setembro de 2014;

6.ºO ECD será revisto e para além das alterações previstas decorrentes do atrás exposto devem também introduzir novos artigos que preveem o despedimento por extinção de lugar, bem como a passagem à situação de mobilidade pessoal.

Dar-vos-ei mas novidades assim que souber, nomeadamente de novas formas de luta, pois cada um de nós não pode esquecer que os Sindicatos não são entidades individuais, mas sim todos nós. E ou agimos ou aceitamos passivamente. A consciência de cada um ditará o que deve fazer.

Com os melhores cumprimentos

De alguém...

24 de março de 2013

Agressão grave a professora - contada pela própria


Bom dia, 
Após contacto telefónico para denunciar uma agressão numa escola, foi-me solicitado que vos contatasse por este meio.

Assim, e enquanto professora e cidadã passo a relatar o acidente/agressão de que fui vítima.
Sou professora numa escola, em Setúbal e, na passada segunda feira, dia 25 de fevereiro, um aluno de uma turma de 9º ano retirou, sem o menor ruído e sem que quase ninguém se apercebesse, de propósito, a porta da sala de aula dos encaixes, pelo que a mesma ficou encostada à parede, dando a noção de que estava aberta normalmente. Quando me dirigi para a porta com o intuito de a fechar (convém salientar que é uma porta pesadíssima), a mesma caiu-me sobre o lado direito do corpo. Se não fosse um aluno estar junto a mim e tivesse sustentado a sua queda total, teria, certamente, ocorrido uma tragédia.
Chamei funcionários e um elemento da Direção da escola para testemunharem a ocorrência e foram necessárias quatro pessoas para voltar a colocar a porta nos encaixes. Como no momento, e com o susto, nada parecia ter-me magoado, continuei a dar aulas até às 18:30h.
Já no carro, durante o trajeto de Setúbal para Almada, comecei a sentir tonturas, dores no lado direito do corpo; um formigueiro e dores na cabeça, vista, ouvido e pescoço, pelo que me dirigi às urgências do Hospital Garcia de Orta, na área da minha residência. Permaneci durante seis horas nas urgências, onde me foram realizados exames, nomeadamente uma TAC e diversos RX que diagnosticaram um traumatismo craniano sem lesões internas graves e hematomas na cabeça.
O resto do corpo apenas está dorido e com nódoas negras (face, braço e anca). Contudo, e sem "pieguices" (como diria o nosso Passos), eu poderia ter morrido, se a queda da porta não tivesse sido apaziguada. E se caísse em cima de um aluno e o matasse?
A responsabilidade; negligência; leviandade; processo disciplinar e, quiçá, despedimento por justa causa seriam imputados a quem? Ao professor.
Todos lavariam as mãos qual Pilates... Quem me indemniza pelos danos de saúde de que padeço há três anos por ter ido parar a esta escola por um engano, omissão, incompetência...?
O que irá acontecer a estes alunos que já cometeram inúmeras infrações graves e continuam nas escolas como se nada fosse?
Sim, é que o IFP que, supostamente, "acolhia" estes alunos não os aguentam e estão a enviá-los para as escolas novamente... Surreal; irónico; subversivo.... não acham?
Gostaria que o meu caso fosse divulgado, não por ser mais um, mas por ter podido ser mais um, isto é, daqueles que são omissos por medo de represálias de vária ordem e/ou proveniência. Para além disso, segundo o MEC, os alunos, agora, após o Novo Estatuto do Aluno, têm, na teoria, punições graves. Contudo, na prática, e se forem menores, cometem delitos que põem em risco a integridade física e moral dos seus pares, assobiando impunemente, como se nada se passasse, uma vez que não têm a mínima consciência da consequência dos atos que cometem, mas sabem, porém, que nada lhes acontece de efetivo.
Nem os pais nem os alunos são responsabilizados pelos danos humanos e materiais que despoletam e as escolas e respetivas direções veem-se de mãos atadas, perante leis algo perversas. Como é que um Diretor pode penalizar um aluno como ele merece e de acordo com o delito que comete, sabendo que, muitas das vezes, a família sobrevive "à conta" do rendimento de inserção se o menino não prevaricar?
O que pode fazer um professor perante um caso "banal" destes? O que pode fazer a Direção de uma escola? O que pode fazer o MEC? O que pode fazer a sociedade? O que (se) pode fazer (de) Portugal? Come-se e cala-se com medo? Enterra-se a cabeça na areia e assobia-se para o lado, enquanto não for connosco e é com o colega? Espera-se que morra alguém a quem se tecerá hipócritas elogios na hora da partida? Por que motivo oiço todos os professores a queixarem-se no fundo das suas olheiras, diariamente, de tudo e todos, que se arrastam literalmente por não aguentarem mais a exaustão, a (o)pressão e o medinho, mas no momento de dar a cara, de falar, de confrontar, de estender a mão a um colega, se encolhem, enfiando a cabeça no seu umbigo cobarde e individualista, como quem pensa "não é nada comigo; o melhor é não me misturar...". Até, um dia, lhe tocar a si ou aos seus.
A desunião e o medo não fazem a força. A cobardia não deverá ser o nosso lema. O país e a sua soberania dependem de um ensino e de uma educação, onde se esteja e seja tratado com dignidade para que o brio e a motivação por dar/fazer mais e melhor venham ao de cima. É o lema de muitas empresas, até já em Portugal, note-se com estranheza...
Este é mais um desabafo de uma professora maltratada, que faz 80 quilómetros para ir trabalhar, gastando cerca de 250 euros/mês em gasóleo e portagens, sem quaisquer ajudas de custo, como tantos que tanto se queixam e, no entanto, as auferem; a quem retiraram cerca de 200 euros para acertos, no mês de fevereiro; que está congelada (a todos os níveis) há cerca de 8 anos; que vê contratados a serem colocados como efetivos, passando à frente dos seus 20 anos de serviço, porque o MEC decidiu oferecer mais um presente envenenado a 600 contratados, atirando areia para os olhos de todos, e passando, ou melhor, tentando passar, um atestado de debilidade mental aos professores e cidadãos portugueses, subestimado a sua inteligência. E os professores de quadro que estão há anos longe de casa e das suas famílias, gastando o que já não têm: saúde; esperança e dinheiro? Resta a frustração e ir trabalhar com dores; malas com rodinhas; com depressões ou cancros. Também, quantos mais morrerem melhor, certo?
Não vou cantar a Grândola Vila Morena, porque não estou em condições físicas para o fazer, mas conto com a divulgação deste texto ou caso (como melhor entenderem fazer), visto serem uma entidade respeitadora da liberdade de expressão dos portugueses e que, indubitavelmente, lhes servem um excelente serviço público.

18 de outubro de 2012

“Escola deixou crianças à fome”


É triste... é triste, muito triste...

Um ministro da educação que vai averiguar, averiguar o que? As ordens que deu aos Directores das Escolas, no inicio do ano escolar, que quem não pagasse, não comia?

Vai averiguar a fome que assola o nosso País e as nossas crianças?

Vai averiguar o porque de diariamente existirem crianças, nas escolas, a desmaiarem por nem terem jantado no dia anterior?

Vai averiguar as crianças que não têm capacidade física para praticar educação física, porque o seu organismo não tem nutrientes para suportar tal esforço?

Vai averiguar as escolas nas quais os professores e funcionários juntam-se, com “pena” dos alunos, para darem-lhes comida?

Vai averiguar as poucas escolas que possuem refeitórios próprios, não concessionados a empresas externas, nas quais os professores e funcionários andam a pedir batatas, verduras, carnes, peixe, fruta, etc... para poderem preparar refeições a fim de matarem a fome?

Vai averiguar e exigir que os culpados da miséria sejam responsabilizados criminalmente, e julgados?

Não... Não, o que ele vai é assobiar e falar palavras coloridas, para depois reunir-se em conselho de ministros com os criminosos que andam a matar as nossas crianças à fome, para protegerem e aumentarem as fortunas de meia-dúzia....

14 de outubro de 2012

Novas directivas para vigilância dos exames :)

Com os cortes nos recursos humanos das escolas vai ser mais difícil vigiar os exames, pelo que Nuno Crato já deu orientações ao Ministério da Educação para recolher junto dos hipermercados, supermercados e comércio local, todas as caixas de cartão que passarão a ser usadas como demonstra a fotografia. A medida, além de eficaz, assegura o Ministro, não tem custos para o Estado e constitui ainda uma boa prática ambiental, neste caso a reciclagem.



















(Foto tirada no exame final da Academia de Polícia na China)

31 de julho de 2012

A Luta pela posse de uma Bola


Exmº Sr Ministro da Educação e Ciência

Pensei traduzir a minha indignação, relativamente à alteração curricular que Vª Exª propõe, mas confesso que a emoção foi tal que tive de esperar algum tempo para, após fazer algumas inspirações com profundidade, saber como o havia de fazer.

Imagine que tenho um filho, ou Vª Exª tem um filho por exemplo, e questiono-me como é que o devo educar. Naturalmente, a minha preocupação começa por contextualizar um desenvolvimento infantil baseado numa boa alimentação e no conforto de um envolvimento afectivo familiar (preferencialmente, no mínimo Pai e Mãe).

Eu percebo e sei, que tal não é possível para todas as pessoas. Uns porque têm que bulir, sujeitos às necessidades de sobrevivência, outros porque colocam a sua carreira profissional à frente de tudo, primeiro a carreira depois os filhos e ainda outros por ganância de dinheiro ou de poder, aspectos essenciais para lhes alimentar o ego. Encostam-se aqui e ali, juntando-se a outros com os mesmos dois objectivos e vão constituindo “lobbies” de poder.

Ora bem, todos sabemos que, nos primeiros anos de vida, é fundamental e importante garantir à criança um desenvolvimento equilibrado. Não é necessário tirar uma licenciatura nos EUA. Qualquer Faculdade, mesmo essas muitas dezenas instaladas há uns anos atrás, sabe-se lá com que objectivo, explicam isso.

Penso que o referido objectivo foi para valorizar o ensino e a formação das populações, ou de alguma população. O crescimento deve acompanhar um bom desenvolvimento. A qualidade dos estímulos a que sujeitamos a criança é fundamental. O crescimento é-nos garantido por condições saudáveis de vida. Se a genética não nos pregar nenhuma partida, uma boa alimentação, afecto, equilibrado, e um funcional enquadramento familiar, multidisciplinar, social e cultural, são aspectos fundamentais a considerar.

Podemo-nos questionar o que é um bom desenvolvimento. Este baseia-se, naturalmente, na particularidade dos estímulos. Começa aqui a nossa discordância.

Apercebo-me que para si, os factores cognitivos são os essenciais. Vª Exª é um homem do pensamento. Do pensamento abstracto. Da criatividade, do intelecto. Como se isso fosse um exclusivo da teoria. Esquece aspectos endógenos como os idiossincrásicos. Vª Exª está a ver!?

Não pode, nem deve, ignorar o corpo. É ele que o acompanha desde o primeiro dia. Aquele que quando não está bem, transmite sintomas que o fazem, preocupado ou assustado, recorrer ao médico. Aquele que irá ficar consigo até aos seus últimos dias, quer saiba muita matemática, muitas línguas ou não. Isto é, independentemente, das suas potencialidades intelectuais, das suas competências, dos seus conhecimentos, tem que carregar com ele.

Estamos perante uma realidade universal.

Aquele corpo onde se dão as reacções químicas que sustentam a vida. Sim, porque é da vida que estamos a versar. Aquele corpo que o olha reflectido no espelho. Que lhe alimenta o ego. Que fomenta a vaidade. Que expõe o narcisismo que há dentro de cada um. Que na intimidade promove um diálogo permanente, nem sempre pacífico, com o espírito. Como nos diz André Giordan “O meu corpo, a primeira maravilha do mundo”. Vª Exª vê, já estamos a misturar as coisas. Coisas do corpo, da sua química e coisas da psique, do pensamento. Pois é, eu cá no velho e histórico Portugal, estudei que nós somos uma unidade.

Nos EUA não sei, nunca lá fui. Daí que eu conceba um desenvolvimento harmonioso, nomeadamente na população infanto-juvenil, considerando essencialmente, a unidade das áreas, da relação afectiva, cognitiva e motora. Não é por acaso, que por exemplo, a (OMS - Organização Mundial de Saúde), no combate ao sedentarismo, propõe um reforço da actividade física na formação geral nos currículos académicos.

Desculpe Vª Exª a audácia e o confronto. Não quero ferir susceptibilidades nem sensibilidades.

Parece-me que estamos a amarrar os miúdos às carteiras, com a ergonomia que se lhe reconhece, (muitos miúdos, devido aos “trocos”) e dar-lhes mais do mesmo, conceitos, fundamentalmente teóricos, independentemente dos ritmos de aprendizagem e dos níveis de concentração, até eles se saturarem… ou adormecerem. Atrás do bocejo, vem sonolência, a desconcentração, promovendo assim o abandono. Desculpe, Vª Exª., mas não previu sequer no tempo de aula curricular o tempo para os sentar (aos trinta).

Desculpe… é o meu sentido pragmático de analisar as coisas. Não ligue. Sabe, Vª EXª, desde Abril de 74 já tivemos, sentados no seu cadeirão, alguns trinta e quatro ministros, e todos a pôr a mão na legislação. Não hão-de os professores a estar confundidos e, naturalmente a cair na psiquiatria.

Voltemos ao hipotético filho.

Ora, a criança expressa-se e desenvolve-se significativamente, na sua unidade, pelo movimento. Sobe, desce, empurra, salta, cai, corre, atira, agarra, equilibra-se, etc..
Atenção, não nos vamos esquecer aqui, dos protegidos, dos “arrumadinhos” que estão sempre fechados e privados, não só do convívio em interacção com o outro, mas também, de se exporem e expressarem através de actividades práticas promotoras de desenvolvimento activo.

Está a ver Vª Exª como se começam a imprimir modelos de vida, virados para a actividade ou para o sedentarismo. Isto numa fase do desenvolvimento de significativa dependência.
Ora, como parece que somos seres inteligentes, é fácil perceber o que é mais saudável. Não nos podemos esquecer que aquelas crianças que estão fechadas, a família mais próxima que têm é, normalmente, a televisão, com os seus efeitos subliminares neuromusculares (Derrick de Kerckhove, em “A pele da cultura”, estuda isto), depois a televisão e as playstation e, mais tarde, a televisão, as playstation e os computadores.

Digo família porque eles passam mais tempo sossegadinhos com estes aparelhos, do que com qualquer elemento da família. Certos pais dizem com orgulho que “O meu menino não quer sair de casa” (“está domesticado”). Quando eles vivem a complexa ruptura do abandono da infância, na adolescência, os pais dizem-nos, “Gostava que ele praticasse algum desporto, mas ele não quer. Não sei o que hei-de fazer dele”.

Desde cedo é a publicidade através de filmes coloridos, bem musicados, movimentados, curtos, variados e com a promessa de uma oferta, a estimular o imaginário (e o consumo), que prende os mais novos. As mamãs para eles estarem mais sossegadinhos ainda, até os põem em frente à televisão. Não sei, na minha ignorância, até que ponto começam aqui a ficar referenciados os níveis de concentração das crianças. Os rapazes do Marketing sabem isso e agradecem.

É necessário segurar estes potenciais consumidores. Depois da fase publicitária proporcionam-lhes o convívio com desenhos animados. Estes, os desenhos animados, vão acompanhá-los, alternando com os jogos informáticos, até à idade adulta, e continuam no decorrer desta. Pois, diariamente, podemos usufruir de desenhos animados e jogos para adultos. Começa-se com “A Branca de neve e os sete anões” e viaja-se até aos “Simpsons” ou “Family Guy”. Enfim há que infantilizar. Quanto mais infantis, quanto menos crescerem, mais condicionados às referências dos primeiros anos e mais consumistas.

Talvez seja oportuna uma leitura a “Consumed – How markets corrupt children, infantilize adults, and swallow citizens whole” de Benjamin R. Barber. Isto claro para ler nas férias numa esplanada à beira mar. Até está em versão “amaricano”. Chomsky chama-lhe «a fabricação do consentimento».

Temos ainda aqueles pais, que para compensarem a sua ausência familiar reforçam esta situação com ofertas destes equipamentos. E… atenção, quanto mais caro melhor. Mais compensações afectivas. Mais ganhos afectivos. Julgam eles. Estou a lembrar-me, o que lhe recomendo, do filme português “Adeus Pai”.

E eu penso, tenho que libertar o meu filho desta imposição, deste padrão de vida implantado, desta formatação de sujeito.

Exmº Sr Ministro veja bem a aberração que não é, darmos a liberdade de movimento que a idade infantil sugere e impõe, potencializar esta motivação que a criança tem para brincar, interagir, explorar e descobrir. Veja bem a aberração que é estruturar situações práticas, com segurança, no contexto da aula, situações estas de grande envolvimento, onde o corpo, na sua unidade, é o objecto de aprendizagem. Promover actividade física com significado. Desafiando a criança a novas aquisições. De superação individual. Com esforço. Atenção, digo com esforço físico e intelectual. Em grupo, onde a criança se expõe e interage, adquirindo novas amizades e, simultaneamente, evoluindo da dependência para a independência.

Aprende a confrontar os amigos na posição de adversários e a aceitar isso como natural. É aqui que se promovem correctas atitudes e aquisição de valores, de compromisso e de dever, de obrigação e de reforço das atitudes volitivas.

Será isto socialização, prática, experimentada e vivida?

Palermices, não ligue. Não terão os pais, os encarregados de educação e a sociedade, o compromisso de proteger e defender a formação e o desenvolvimento multifacetado da personalidade das suas crianças?

Estamos perante uma proposta cultural de desenvolvimento, de complexidade progressiva, baseada em acções motoras fundamentais, tal como prevêm e sugerem os PROGRAMAS de EDUCAÇÃO FÍSICA. Sim, porque existem os programas. Aprovados pelo Ministério e concebidos para determinada carga horária semanal.

Talvez o Exmº Sr Ministro ignore a sua existência, ou não queira olhar porque o fundamental agora sejam os tais “trocos”. Mas eles existem, há já largos anos, organizados por objectivos gerais e específicos, considerando as capacidades, as atitudes e valores e, ainda imagine, as competências.

Veja só, já enquadrava as capacidades de realização por integração de competências. Como Vª Exª pode verificar trata-se dum conjunto de asneiras, mas existem uns visionários, inteligentes, que se propõem já tratar desta situação, rever os currículos e ignorar isto da Educação Física, senão os miúdos não aprendem a contar, escrever e a ler e, ainda assim, podem-se poupar as referidas “massas”.

É aqui que lamentavelmente, nutro alguma tristeza pelo significativo esforço, em vão, de alguns intelectuais, nomeadamente Fernando Savater, Edgar Morin, e quantos outros.

Repare Vª Exª que os programas se enquadram numa lógica de verticalidade e horizontalidade, de objectivos, conteúdos e avaliação de competências, desde o Pré Primário ao Secundário. Isto está tudo bem “armadilhado”. Olhe, se Vª Exª estivesse distraído!?

Veja só Vª Exª o que eles propõem ainda. Oportunistas como são, enquadrados de acordo com uma lógica cultural de desenvolvimento, e tirando partido da significativa motivação dos alunos para a prática da disciplina (não podemos ignorar a satisfação e gratificação das crianças e jovens na realização das aulas de EF) insistem em continuar a promover os tais estímulos em qualidade, aumentando assim, a rede neurónia, dado que o cérebro continua a crescer e a desenvolver-se.

Já viu Vª EXª o que é sujeitar um filho a situações de confronto controlado, de interacção, de cooperação, promovendo o espírito de grupo e equipa?
Está mal!?

E depois obrigar os miúdos a respeitarem-se, a respeitarem os outros quer como colegas de equipa, quer como adversários, a respeitar o Professor (a instituição), a respeitar as regras e normas?

Está mal!?

Sujeitar os miúdos a situações de superação individual, a aprender a lidar com a frustração, a promover o espírito de sacrifício, a consolidar aprendizagens e evoluir para novas aprendizagens?

Ensiná-los a lutar pelos seus objectivos, de acordo com os objectivos propostos para aquisição de novas competências, cada vez mais exigentes e complexas?

Ensiná-los a exporem-se na tentativa de execuções nas situações de aprendizagem, a reforçarem a sua inclusão, a admitirem o erro como um desafio para novas superações, a envolverem-se na estratégia de grupo, a desenvolverem o sentido crítico perante as estratégias utilizadas?

A luta pela posse de uma bola.

Mas, depois, temos o problema deles suarem. Pois é, já me esquecia desse pormenor. Tudo isto está mal!?

Eles escolhem, gritam, riem-se, choram, abraçam-se e, veja Vª Exª, que até se emocionam! Emoção. Quantas aulas de outras disciplinas a promovem??

Eu sei que isto não acontece na matemática ou no Português. Não há cá “abraçinhos“ nem as típicas manifestações “Olé, Olé, Olá” quando acertam um problema. Mas um golo, um cesto, merece individual e colectivamente a emoção do grupo.

E, para chegar lá, o cérebro tem que pensar, rápido, em pressão, como deve executar ou como deve movimentar-se no espaço perante os outros, equipa e adversários, de acordo com a actividade padronizada proposta, para ser eficaz. E isto vale a emoção dum abraço, que alimenta a unidade do grupo, quer no contexto de aula, quer fora do contexto de aula.

Promove ainda um clima escolar facilitador das aprendizagens e, consequentemente, evita o abandono escolar. Já viu Vª Exª, o micro social, grupos, equipas, regras, normas, árbitros, disciplina, luta, empenho, esforço, estratégia, compromisso que um simples jogo representa em termos de amostra para o macro social?

Com a vantagem de não ser simulado, é mesmo vivido e integrado. Repare Vª Exª, a aula acabou, eles dizem “Já!? Oh professor, deixe-nos ficar mais um pouco”. Repare Vª Exª, no recreio eles correm todos para a biblioteca para fazer exercícios de matemática e estudar outros conteúdos. Vá Vª Exª a uma escola e veja por si.

São os jogos que os motivam. Estão a treinar. A repetir os conteúdos de EF. Vª Exª já experimentou ler as observações dos alunos nos relatórios das avaliações das escolas?
Para muitos é a Educação Física (EF) e o Desporto Escolar (DE) que os leva à escola.

Vou segredar a Vª Exª uma questão curiosa: No primeiro dia de aulas depois das habituais apresentações. Proponho um jogo e, disfarçadamente, observo-os. Depois vejo, quem tem hábitos desportivos e executa com alguma qualidade, quem se empenha, quem se retrai, quem tem medo, quem evita expor-se, quem é egoísta, individualista, quem se expõe demasiado, quem é disciplinado, quem, embora sem grandes técnicas, é lutador tenta superar-se, quem é extrovertido, quem é introvertido. A esta observação acrescento uma leitura da ficha biográfica dos alunos (pais, mães, profissões, empregos, irmãos) e tenho a turma retratada em pouco tempo.

Tudo porque a Educação Física tem a particularidade prática de envolver significativamente, os miúdos, alunos, nas actividades solicitadas. Aqui não estão a olhar para o professor ou para o quadro fingindo que estão concentrados e estão com o pensamento distante. Aqui o empenho só pode ser de envolvimento e entrega às situações de aprendizagem.

Exmº Sr. Ministro, depois de tudo isto diz-nos que a nota vai deixar de contar para a média no Secundário!!??

Então eu estou motivado, esforço-me e depois não conta?

Ainda assim, com médias de sucesso elevadas em Educação Física, dada a motivação e empenho dos alunos. Está a prejudicar a grande maioria dos alunos e a esvaziar e ignorar os compromissos empenhados destes ao longo dos anos. Está a ver Vª Exª a injustiça e revolta que está a promover?

Tem razão, Vª Exª é Ministro, logo, tem razão. É evidente, que isto é tudo treta! Vª Exª, não acredite em nada disto. Até aqueles sujeitos daquela organização da saúde (OMS), também estão metidos nisto. Veja só que querem que a actividade física seja diária, como forma de prevenir a doença e promover a saúde.

Mas, nós estamos protegidos por pessoas inteligentes do Ministério da Educação. Basta uns minutos por semana de brincadeira e aí estão os hábitos saudáveis de vida implantados, para toda a vida do cidadão, sem promoverem despesas a médio e longo prazo na área da saúde. E depois, o que é isso da prevenção da obesidade infanto-juvenil, diabetes, hipertensão, do reforço da estrutura osteomuscular, da coordenação motora, da estabilidade psicológica, do aumento da auto estima, etc..

Tudo tretas!

Exmº Sr Ministro da Educação não vou alongar mais este resumo. Vª. Exª dá ares de inteligente, prove-o, reflicta nesta situação e reconheça que as coisas não estão bem decididas. Todos nós erramos e por vezes até somos ultrapassados por certas contingências, mas por favor, não estrague! Compreenda o significado da luta pela posse de uma Bola.

Romão G Antunes
(Presidente da Direcção da APEF-Foztejo, Associação de Profissionais de Educação Física dos Concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete

26 de julho de 2012

Professores…

A Federação Nacional de Educação (FNE) e consequentemente os seus sindicatos, no prosseguimento da política de vendilhões que a sua central (UGT) nos tem habituado, andam de mãos dadas com a política criminosa deste governo, para a educação.

Tal como o “patrão” da UGT e os seus vassalos… vão dizendo umas critiquinhas – mas que não aleijem – sobre o governo, para distrair… 


Mas no essencial, pactuam com a miséria que está a acontecer…

Na verdade não lhes interessa se vão ser enviados para o desemprego milhares de professores, que são necessários para educar os meninos;

Não lhes interessa o aumento do horário lectivo, e o consequente aumento de horas que os docentes vão roubar às suas famílias para fazer o trabalho que é necessário;

Não lhes interessa que as salas de aulas sirvam para despejar meninos e não para ensinar;

Pergunto, mas afinal com o que estão contentes… 


Será com a classe dos Directores – nem todos felizmente – que ganham mais € 1.000,00 para servirem cegamente e de forma autista as indicações do governo?

Tenham atenção, pois o nome dos sindicatos poderão levar ao engano…  


Não contribuam para sindicatos que só servem para dividir docentes em prol de aumentar a carneirada; que de forma amorfa vivem diariamente, enquanto é destruída a escola pública… e a vida dos seus colegas e o futuro dos meninos.

Não contribuam para sindicatos, que usam a vossa contribuição para matar a escola pública em prol de outros interesses…

Juntem-se aos sindicatos da FENPROF, pois são estes que lutam pelo direito à escola pública...

Se ainda não compreenderam a diferença, comparem...



17 de julho de 2012

O CÉREBRO DO ANO...!!!


SEGURANÇA MÁXIMA CONTRA O USO DE... NA SALA DE EXAME!

Se uns recebem equivalências, porque é que os outros não podem copiar?

Afinal, com 30 alunos enfiados numa sala de aula, o que é que vai acontecer?
Um ensino de excelência? Ehehehehe....


13 de maio de 2012

17 de novembro de 2011

Aluno do vídeo dos 'universitários ignorantes' ameaça processar a Sábado



É um sucesso na internet, mas um dos alunos visados no vídeo 'A ignorância dos nossos universitários' acusa a revista Sábado de manipulação e ameaça com acção legal.

Qual é a capital dos Estados Unidos? «Inglaterra», responde uma aluna universitária inquirida pela revista Sábado num vídeo que faz sucesso na internet. Quem escreveu O Evangelho Segundo Jesus Cristo? «Moisés», responde outro estudante. Quem pintou o tecto da Capela Sistina? «Miguel Arcanjo», respondeu João Ladeiras.

Agora, dezenas de milhares de visualizações e centenas de comentários jocosos depois, João veio explicar a gafe e condenar a jornalista autora do vídeo do momento.

«A verdade é que me fizeram dez perguntas e só mostraram a que eu errei que, como podem comprovar os que se encontravam presentes, acabei por corrigir e responder, então, Miguel Ângelo. Em todo o caso, a minha resposta deveu-se ao simples facto de ter frequentado o Externato São Miguel Arcanjo e, ao mesmo tempo, com a pressão da própria entrevista, dei essa mesma gafe - corrigindo-a assim que [me] apercebi», escreve João numa nota no Facebook.

«Para além de ter sido humilhado como nunca tinha sido até à data, ficou em causa o bom nome da instituição que eu frequento, o ISPA [...]. Acabei por ser vilipendiado em praça pública, sentindo-me completamente desolado», acrescenta o estudante.

Após a publicação do vídeo, que complementa uma reportagem da edição impressa da Sábado sobre o nível de cultura geral dos jovens portugueses, João terá tentado contactar por duas a jornalista daquela publicação, em vão. No Facebook, partilha uma das mensagens enviadas: «'A ignorância dos nossos universitários', se se sentir bem com o trabalho que realizou, digo-lhe, com tristeza, que você e os restantes colegas são ignóbeis. Vou ainda dirigir-me às autoridades competentes para apresentar uma queixa formal sobre o uso indevido da minha entrevista, sabendo você qual a razão dessa mesma denúncia/queixa».

Na sua edição online, a Sábado esclarece que o vídeo resultou de um teste de 20 perguntas, divididas por dois questionários de dificuldade mínima, realizado junto de uma centena de alunos de várias universidades de Lisboa.

Questões como «Quem é Manoel de Oliveira?», «Qual é a capital de Itália?» ou «Qual o maior mamífero do mundo?»ficam sem resposta, ou são retribuídas com palpites insólitos - «É um maestro», «Florença» ou «O elefante em África e o mamute na Antárctida», responderam respectivamente alguns dos inquiridos.

É ainda revelado que há quem pense que o símbolo químico da água é «PH», que «Bush» ainda é Presidente dos Estados Unidos, que «Leonardo Di Caprio» pintou a Mona Lisa, que a Comissão Europeia é presidida por «um francês» e que O Padrinho foi protagonizado por... «Vasco Santana».

SOL

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=34082

17 de janeiro de 2011

Professores perdem estatuto especial na Função Pública

DEPOIS DIGAM QUE NÃO SABIAM E QUE OS SINDICATOS ESTÃO A EXAGERAR

FAÇAM ALGUMA COISA POR VOCÊS... E JÁ AGORA VEJAM QUAL O SINDICATO QUE LUTA PELOS VOSSOS DIREITOS, DE UMA VEZ POR TODAS (RUI CRUZ)

Más notícias da Dr.ª Isabel Alçada...

Professores perdem estatuto especial na Função Pública As desventuras vêm aí...

«Não sei se este Estatuto da Carreira Docente tem pernas para andar, mas os professores têm pernas para voltar a descer a Avenida da Liberdade», alerta Mário Nogueira, depois de receber do Ministério uma proposta «que nunca tinha estado em cima da mesa» e acaba com os quadros de escola e os concursos de docentes
Professores perdem estatuto especial na Função Pública

«Os sorrisos da ministra já não nos enganam». Mário Nogueira, dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof) assume a ruptura total com Isabel Alçada, depois de ter recebido do Ministério da Educação uma proposta de Estatuto da Carreira Docente com aspectos «que nunca foram alvo de negociação».

O fim dos concursos de professores e dos quadros de pessoal, assim como a criação da figura da «cedência por interesse público» constantes no documento enviado aos sindicatos são, para Nogueira, alterações inaceitáveis que o Ministério está a fazer de forma ilegal.

«É ilegal, porque de acordo com a lei 23, o Ministério tem de submeter essas matérias à negociação». Ora, apesar de os sindicatos estarem em negociações com o Governo desde Setembro, estas propostas «nunca foram apresentadas à discussão», sublinha o líder da Fenprof.

Mário Nogueira diz que «neste momento, ainda nem sabemos bem quais as consequências do fim dos quadros de escola e da sua substituição por mapas de pessoal». Mas não tem dúvidas quanto às intenções do Governo nesta matéria: «Vai embaratecer os custos com pessoal e aumentar a precariedade».

Na prática, as novas regras vão fazer com que «os contratados entrem apenas para mapas e não para quadros, ou seja, não façam parte da carreira e, por isso, não sejam abrangidos pelas progressões».

Outra consequência será a instabilidade: «Segundo as regras gerais da Função Pública, os mapas de pessoal são definidos anualmente», recorda Nogueira, alertando para a possibilidade de vir a acontecer o mesmo na Educação.

Mas é ao nível do recrutamento e da mobilidade que as mudanças mais se vão fazer sentir. «Acabam os concursos. Os professores não vão poder concorrer para mudar de escola».

Se quiserem mudar de escola, os docentes «vão ter de recorrer à mobilidade interna, que permite estar noutra escola por períodos renováveis de um ano, até ao máximo de quatro».

«Caso contrário, só vão poder mudar quando e se o Ministério quiser, através de uma coisa chamada cedência de interesse público, que nem sabemos bem o que é», critica.
Concursos, requisições, destacamentos e comissões de serviço «deixam de existir».

As novas regras permitem ainda ao Estado colocar funcionários públicos em mobilidade especial a dar aulas. «Depois de termos lutado tanto pela formação de professores, não se percebe como se pode fazer isto», questiona o sindicalista.

Esta terça-feira, a Fenprof pediu ao Ministério «uma reunião com carácter de urgência», mas no sábado o sindicato deverá já pôr em cima da mesa a discussão sobre formas de luta.

«Com papas e bolos se enganam os tolos e esta ministra pensa que nos engana com sorrisos, mas é ela quem está enganada», diz Nogueira, recordando que a proposta de Isabel Alçada vai contra o prometido por Maria de Lurdes Rodrigues «que em 2009 assegurou que as regras da lei 12/A da Função Pública não eram para aplicar na Educação».

14 de janeiro de 2011

DREC gasta 138 mil euros a tapar o sol aos carros


Falta dinheiro para escola com muro que ameaça vida de jovens Houve financiamento para o parque de estacionamento, mas teve dificuldade para arranjar dinheiro para outras obras.

"Não há dinheiro para arranjar o muro da Escola José Falcão, em Coimbra, que ameaça a vida de pessoas, mas há 138 mil euros para tapar o sol aos carros dos funcionários da DREC. Isto é um escândalo e anedótico", acusam professores e encarregados de educação.

Para a Associação de Pais da Escola Secundária José Falcão (AP/ESJF), de Coimbra, para professores e alunos ouvidos pelo JN e para o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), "investir na cobertura de um parque de estacionamento ao ar livre, quando não há dinheiro para recuperar um muro decrépito e perigosíssimo, com cinco a seis metros de altura, na confluência da Rua Henriques Seco com a Avenida D. Afonso Henriques, que está a pôr em risco as pessoas e os carros que por ali passam, é uma "provocação", um atentado à inteligência".

Luís Lobo, dirigente do SPRC, disse ao JN que "é lamentável que, ao mesmo tempo que o Governo decide cortar 5,5% dos orçamentos de funcionamento das escolas e que o parque escolar de Coimbra precisava de ter uma intervenção que, por um lado, garantisse a sua conservação e, por outro, resolvesse alguns problemas estruturais das escolas, se assista a este despesismo, apenas para garantir a conservação não de qualquer bem público, mas tão só de bens privados".

"Espante-se (se ainda alguém se espanta!) o comum dos mortais com os 138 mil euros gastos em coberturas individuais para os automóveis designadamente dos dirigentes da DREC, através de serviço contratado à Ramos Catarino - Arquitectura de Interiores e Construção, Ldª., por ajuste directo!", afirma Luís Lobo, sublinhando que "depois não há dinheiro! Pois não, a gastar-se desta maneira!".

"Quanto mais disto haverá?"

O dirigente do SPRC ressalva que "estas são as coisas que vêm à tona!" e lança uma questão: "Quanto mais disto haverá espalhado pelas várias capitanias do Ministério da Educação e de outros organismos do mesmo Governo que imporá tantos sacrifícios aos portugueses neste ano que agora se inicia?". Ao JN, a presidente da AP/ESJF, Ana Costa, afirmou-se "chocada" com as prioridades e o "desprezo da DREC":

Jornal de Noticias, de 14.01.2010

11 de fevereiro de 2010

A indisciplina nas escolas (vista por F. Savater)

Aumento da violência nas escolas reflecte crise de autoridade familiar Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência defenderam hoje que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os professores.

Os participantes no encontro 'Família e Escola: um espaço de convivência', dedicado a analisar a importância da família como agente educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da autoridade sobre os menores recaia nas escolas.
'As crianças não encontram em casa a figura de autoridade', que é um elemento fundamental para o seu crescimento, disse o filósofo Fernando Savater.
'As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa', sublinhou.
Para Savater, os pais continuam 'a não querer assumir qualquer autoridade', preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos 'seja alegre' e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase exclusivamente para os professores.
No entanto, e quando os professores tentam exercer esse papel disciplinador, 'são os próprios pais e mães que não exerceram essa autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores, confrontando-os', acusa…
'O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar', sublinha.
Há professores que são 'vítimas nas mãos dos alunos'.
Savater acusa igualmente as famílias de pensarem que 'ao pagar uma escola' deixa de ser necessário impor responsabilidade, alertando para a situação de muitos professores que estão 'psicologicamente esgotados' e que se transformam 'em autênticas vítimas nas mãos dos alunos'.
A liberdade, afirma, 'exige uma componente de disciplina' que obriga a que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das famílias e da sociedade.
'A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara', afirma, recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da escola e a importância que é receber uma educação, 'uma oportunidade e um privilégio'.
'Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a disciplina', frisa Fernando Savater. Em conversa com jornalistas, o filósofo explicou que é essencial perceber que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do que antes; o problema é que 'têm menos respeito pela autoridade dos mais velhos'.
'Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à rebeldia', afirmou.
Daí que, mais do que reformas dos códigos legislativos ou das normas em vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo Savater que 'mais vale dar uma palmada, no momento certo' do que permitir as situações que depois se criam.
Como alternativa à palmada, o filósofo recomenda a supressão de privilégios e o alargamento dos deveres.