2 de outubro de 2012

AULA PRÁTICA DE DIREITO - VALE A PENA LER!...

Uma manhã, quando o nosso novo professor de “Introdução ao Direito” entrou na sala, a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:

- Como te chamas?

- Chamo-me João, senhor.

- Saia da minha aula e não quero que volte nunca mais ! - gritou o desagradável professor.

João estava desconcertado. Quando recuperou, levantou-se rapidamente, recolheu as suas coisas e saiu da sala. Estávamos assustados e indignados, mas ninguém disse nada.

- Agora sim ! - perguntou o professor - para que servem as leis ?...

Assustados, pouco a pouco, começamos a responder à sua pergunta:

- Para que haja uma ordem na sociedade.

- Não ! - respondia o professor.

- Para cumpri-las.

- Não !

- Para que as pessoas paguem pelos seus actos.

- Não ! Será que ninguém sabe responder a esta pergunta ?

- Para que haja justiça - disse timidamente uma garota.

- Até que enfim ! É isso... para que haja justiça. E agora... digam-me, para que serve a justiça ?

Começávamos a ficar incomodados pela atitude grosseira do professor, mas lá íamos respondendo:

- Para salvaguardar os direitos humanos...

- Bem, que mais? - perguntava o professor.

- Para diferenciar o certo do errado... Para premiar quem faz o bem...

- Ok, não está mal, porém... mas, respondam a esta pergunta: agi correctamente ao expulsar o João da sala de aula? ...

Ficámos todos calados.

- Quero uma resposta decidida e unânime !

- Não ! - respondemos todos a uma só voz.

- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça ?

- Siiiim !

- E por que é que ninguém fez nada a respeito disso? Para que queremos leis, e regras, se não dispomos da vontade necessária para as praticar ? Todos e cada um de vós tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais ! - Vá chamar o João - disse, olhando-me fixamente.

Naquele dia recebi a lição mais prática no meu curso de Direito.

Quando não defendemos os nossos direitos, perdemos a dignidade.

 E A DIGNIDADE NÃO SE NEGOCEIA.

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