16 de novembro de 2009

O papel da educação, e suas consequências...

Infelizmente no nosso pais, cada vez mais, o que importa são os números e sempre positivos…

Não interessa medir a qualidade pois isso dá muito trabalho… não interessa saber que determinado aluno possui 12 anos de sabedoria, interessa é que o aluno tenha passado 12 anos a transitar de ano, mesmo que a sua sabedoria e cultura seja equivalente aos antigos primeiros 4 anos.

Por isto e por outras é que cada vez mais saem teóricos e individualistas das nossa universidades, teóricos esses que com tachos ou não vão “mandar” nas nossas empresas, e como sempre fizeram parte de números só vão dar importância aos números, não importa que sejam números “fabricados” importa é dar números e produzir números, mesmo que esta forma de estar dê, cada vez mais, “cabo” das nossas empresas, pois o numero sobrepõem-se à qualidade e à construção sólida das empresas.

Quem sofre são sempre os mesmos, pois enquanto estes senhores dão cabo das empresas, os trabalhadores perdem os seus postos de trabalhos, os ditos senhores lá arranjam mais uma empresa para fabricar números… os “tios” olham por eles…

O trabalhador mesmo vendo que as teorias prejudicam e dão cabo das empresas, tem que cumprir as directrizes, aquelas directrizes que os levam ao desemprego, depois dos ditos senhores terem metido muitos euros aos bolsos, explorando o trabalho dos trabalhadores e sugando uns subsídios ao estado.

Sim, que todos são a favor da iniciativa privada, mas a favor que o estado use o dinheiro de todos nós para subsidiar essas mesmas empresas dos senhores que defendem a iniciativa privada.

Sobre a aprendizagem escolar, deixo um artigo publicado no Diários de Noticias, Professor Alberto Gonçalves

 


Saibam por que deve uma criança passar de ano, apesar de ter 8 negativas

(Diário de Notícias – 28 de Julho de 2009)

 

O caso de um aluno que passou de ano (o 8.°) com nove negativas despertou por aí certos queixumes. É vontade de dizer mal. Antes de mais, o aluno em causa não é uma excepção, é um exemplo: pelos vistos,"transitar"criancinhas com sete, oito, nove ou dez negativas já se tomou prática relativamente comum nas escolas nacionais. E o hábito não é tão negativo quanto aparenta. Muito pelo contrário, e por quatro razões.

Em primeiro lugar acaba com a discriminação entre disciplinas. Até agora, inúmeros alunos saltitavam de ano em ano sem saberem nada de matemática. Agora, são livres de saltitar sem saberem nada de coisa nenhuma. Um ponto a favor da "interdisciplinaridade".

Em segundo lugar, acaba com a discriminação entre os diferentes tipos de ensino. Se os frequentadores das Novas Oportunidades obtêm um diploma do 9° ou do 12° mediante a mera elaboração de uma redacção, num dialecto vagamente evocativo do português, sobre "O Mel" ou "As Minhas Férias" ou "O Magalhães", não há motivo para submeter os restantes usufrutuários do sistema educativo a exigências desumanas. Um ponto a favor da sistematização das "valências".

Em terceiro lugar, acaba com os traumas escusadamente infligidos às crianças. Por regra, os meninos e meninas corridos a nove negativas são criaturas sensíveis,que sofrem imenso com as sanções e que, frustradas, dedicam em consequência a vida à birra, à droga e ao pequeno crime. Um ponto a favor da segurança.

A quarta, e primordial, razão é que o fim das "retenções" acaba com alguns traumas no Orçamento de Estado. Há tempos, a sra. ministra explicou: cada aluno custa ao erário público 3 mil euros por ano, logo um aluno reprovado fica por 6 mil. Em 2007, os "chumbos" no ensino básico e secundário pesaram 600 milhões na despesa, uma enormidade que poderá perfeitamente ser aplicada no aprimoramento tecnológico da rede escolar. de modo a que os alunos que "transitam" na maior ignorância o façam nas melhores condições. Um ponto a favor do avanço em geral.

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