Partido PCP questiona
"regime de excepção" para dirigentes da Carris e do Metro
O PCP questionou esta quinta-feira o Governo sobre o "regime de excepção" dos dirigentes em comissão de serviço no Metro e na Carris, que, de acordo com um documento da administração, podem ser aumentados, ao contrário dos restantes trabalhadores.
"É injusto e inaceitável o que está a ser praticado relativamente aos salários, aos roubos dos subsídios de férias e Natal, ao enorme aumento de impostos, que está a penalizar quem trabalha. Não ficamos satisfeitos se isto for para todos os trabalhadores, mas é mais revoltante ainda e mais injusto ainda aplicar isto a trabalhadores e depois isentar dirigentes em comissão de serviço", defendeu o deputado comunista Bruno Dias, aos jornalistas, no Parlamento.
O PCP dirigiu hoje uma pergunta aos ministérios da Economia e das Finanças questionando-os sobre o conhecimento desta orientação da Carris e do Metropolitano, se este é um caso isolado ou uma prática generalizada nas empresas do Estado e que medidas tencionam desenvolver sobre a matéria.
Anexo à pergunta, segue uma circular distribuída a todos os trabalhadores do Metro e da Carris em que é exposta a aplicação às empresas do Orçamento do Estado para 2013, incluindo a proibição de valorizações remuneratórias.
"As valorizações remuneratórias decorrentes do exercício de cargos de direcção, em regime de comissão de serviço, não se encontram vedadas pela presente disposição legal", ressalva-se nessa circular.
"Nós consideramos que isto é de uma injustiça inaceitável, é uma falta de pudor que torna ainda mais grave e ainda mais revoltante esta política de roubo sobre quem trabalha", afirmou Bruno Dias, considerando que se está perante um "regime de excepção".
"Ainda há pouco tempo, levantámos o problema na mesma empresa, o metropolitano (agora é também para a Carris), de aumentos salariais muito grandes sobre as chefias recém-nomeadas pela administração. Há aqui dois pesos e duas medidas que é preciso tirar a limpo", defendeu o deputado.
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