Em relação a este artigo publicado no 24 horas, de 13.04.2009;
Palavras? Acho que não há necessidade...
Mas lembro que este senhor é um verdadeiro vendedor de “banha da cobra”, que tem solução para reduzir custos em tudo desde que não vá contra os seus interesses e dos que representa.
Este Senhor numa entrevista em 24 de Setembro de 2004, que além de outras barbaridades, disse o seguinte:
“Em Portugal Temos 30 por Cento de Professores a Mais
P. - Tem dito que o estado do ensino é uma das suas preocupações fundamentais. Porquê?
R. - Primeiro, porque é um factor importante para o crescimento económico, apesar de não ser, nem de perto nem de longe, o único. Mas hoje considera-se internacionalmente que uma pessoa que não tem o 12º ano não serve muito para a vida activa. Ainda recentemente um empresário da construção civil me dizia que os seus empregados de Leste eram melhores do que os portugueses porque um indivíduo com o 12º ano arruma melhor os tijolos, organiza melhor o trabalho, do que alguém sem estudos. Nunca tinha pensado nisto...
P. - É porque têm mais ginástica de pensar...
R. - Exactamente. Ora, em Portugal, entre os 24 e os 65 anos, só 20 por cento dos portugueses têm o 12º ano - na Europa a média é 67 por cento. Até a Turquia está à nossa frente. E já não é só herança do passado: hoje mais de metade dos alunos não acabam o 12º ano e muitos nem sequer o básico. Assim nunca recuperaremos a "herança do passado" e nos aproximaremos da média europeia. Ora o que é que vai ser o país no futuro com uma população desta? Mais: se olharmos para a qualidade, os exames comparativos, os PISA, mostram que atrás de nós, nos países estudados, só ficam o México e o Luxemburgo, e este por causa da percentagem de imigrantes, muitos deles portugueses.
P. - É por investir pouco?
R. - Não. Nós já gastamos com a educação mais do que a média da OCDE. Temos 30 por cento de professores a mais em relação à média e as turmas mais pequenas dos 27 países comparados. Temos o menor número de aulas para os alunos e as menores cargas horárias para os professores. Por fim, sobretudo no fim da carreira, temos alguns dos professores primários mais bem pagos da Europa. Mais: nunca ninguém me explicou porque é que não há concursos verdadeiros para professores, porque é que se utilizam as notas das universidades venham, eles de uma escola boa e exigente ou de uma universidade manhosa e perdulária nas notas. Isto resolvia-se bem com um teste: porque é que não se resolve? E o que é que anda um aluno a fazer matemática no 10º ano se não teve aproveitamento no 8º e no 9º? Anda a fazer com que os seus colegas não aprendam como podiam aprender, porque o professor tem de se ocupar dele em vez de puxar pelos outros. Por fim, ainda se andam a formar mais professores quando não há lugar para eles, gasta-se o dinheiro todo com salários e não se compram computadores. É um desastre completo. Nem daqui a 30 ou 40 anos nos livramos dos erros que andamos a fazer hoje.”
Este Senhor é um daqueles que até o 25 de Abril de 1974 era um dos privilegiados do sistema, entre outros, não tivesse sido ele administrador da Caixa Geral de Depósitos e director do Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério das Finanças, em 1969, cargos que ocupou até 1974.
Depois foi dos que voltaram aos cargos políticos, no pós 25 de Abril, entre outras “cadeiras”, e contribuiu para a situação em que se encontra o nosso País.
No entanto tem direito a muito tempo de antena, não para pedir perdão por ter contribuído para à miséria que existe em Portugal, mas sim para falar e dizer o que o sistema tem como doutrina...
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