31 de janeiro de 2013

Greves justas no Metro


Firmeza na luta e mobilização dos utentes
 
Na terceira terça-feira de greve parcial, os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa realizaram ainda um plenário, na Praça Luís de Camões, onde aprovaram uma campanha de esclarecimento dos passageiros.
 
«A adesão foi esmagadora, apesar das diversas tentativas da administração de, a todo o custo, colocar comboios a circular», informava a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, ao fim da manhã de anteontem, dando conta do resultado da greve que requereu, mais uma vez, o encerramento das estações até cerca das 10.30 horas.


A Fectrans/CGTP-IN lembrou que os trabalhadores lutam pela negociação colectiva, que não é respeitada, e pelo cumprimento do Acordo de Empresa, mas também por «uma empresa melhor, com um serviço de qualidade e seguro, onde utentes e trabalhadores sejam respeitados por aqueles que são nomeados para administrar, mas que não andam de transporte público, porque têm grandes privilégios, tais como salários elevados (aumentados recentemente), automóvel, despesas com gasolina para uso de serviço e privado, pagamento de telemóvel, motorista, etc.».


A nota de imprensa retomava assim a resposta que tinha sido dada no dia 23, em carta-aberta de quatro organizações sindicais, à missiva que o presidente do conselho de administração enviou ao pessoal no dia 21, véspera da segunda greve de quatro horas. A resposta foi retomada na moção que anteontem sintetizou as conclusões do plenário, proposta igualmente pelo STRUP (da Fectrans) e pelos sindicatos STTM, Sindem e Sitra.


Depois de referirem o contexto em que travam esta luta, os trabalhadores do Metro recordam que o AE foi livremente acordado (em 2009 e revisto em 2010), entre sindicatos e administração, para valer até ao final de 2015.


Desde Dezembro de 2010, por força dos OE de 2011, 2012 e 2013, os trabalhadores estão a ser roubados (congelamento de carreiras e anuidades, «comparticipação solidária» no OE de 2011, roubo dos subsídios de férias e de Natal, em 2012, mais a brutal carga fiscal em 2013, mas também a retirada do direito a transporte dos trabalhadores no activo e reformados).


Apesar destes cortes, a dívida do Metropolitano continuou a aumentar, destacando os trabalhadores que juros e «engenharias financeiras» (contratos swap) custaram à empresa, em 2012, 400 milhões de euros, o que representa mais do que oito anos de salários de todo o pessoal do Metro.


Na moção, exige-se do Governo «o mesmo respeito pela contratação colectiva que tem mostrado pelos contratos assinados com os especuladores que estão a sangrar o nosso povo».


Os trabalhadores declaram-se dispostos a «participar activamente em todas as formas de luta, pela urgente interrupção desta política, a demissão deste Governo e a devolução ao povo do poder de decisão sobre as opções políticas». As organizações representativas ficaram mandatadas para, com as das demais empresas do sector, «promoverem a mais ampla unidade possível, para uma resposta colectiva à ofensiva em curso».


Ficou decidido «dinamizar uma quinzena de esclarecimento e mobilização dos utentes, trazendo-os mais activamente para uma luta que também é sua».


Encontro dia 6

As organizações de trabalhadores do sector de transportes decidiram realizar um «Encontro de representantes dos trabalhadores dos transportes e reformados», em Lisboa, no dia 6 de Fevereiro.
As comissões de trabalhadores da CP, da EMEF, da Refer, da TAP e da Vimeca; a Fectrans e o SNTSF e STRUP, da CGTP-IN; e os sindicatos Fentcop, SFRCI, Sinafe, Sindem, Sinfa, Sinfb, Siofa, Sitra e STTM, reunidos no dia 23, defenderam «uma resposta conjunta» à actual ofensiva.
Entenderam ser «necessário lançar o debate com todas as estruturas representativas e trabalhadores do sector, no sentido da realização de uma jornada de luta comum e convergente, sem prejuízos das lutas em desenvolvimento ou das dinâmicas em cada empresa».

 

30 de janeiro de 2013

Cão sofre...

Origem e significado de «carapau de corrida»

Ouvi há pouco tempo uma explicação interessante, e não completamente descabida, sobre a origem da expressão «carapau de corrida», que sempre me intrigou!


O peixe é vendido pelos pescadores nas lotas, em leilões «invertidos», ou seja, com os preços a serem rapidamente anunciados por ordem decrescente, até que o comprador interessado o arremate com o tradicional «chiu!». Isto implica que o melhor peixe, e o mais caro, é o que é vendido primeiro, ficando para o fim o de menor qualidade. Em tempos anteriores ao transporte automóvel, as peixeiras menos escrupulosas compravam esse peixe no fim da lota, por um preço baixo, e corriam literalmente até à vila ou cidade, tentanto chegar ao mesmo tempo que as que tinham comprado peixe melhor e mais caro na lota (e tentando vendê-lo, evidentemente, ao mesmo preço que o de melhor qualidade). Nem sempre os fregueses se deixavam enganar, e percebiam que aquele carapau era «carapau de corrida», comprado barato no fim da lota e transportado a correr até à vila. Hoje ainda, o que se arma em carapau de corrida julga-se mais esperto que os outros, mas raramente os consegue enganar.



«Carapau de corrida» é uma expressão usada para descrever uma pessoa convencida, alguém que se julga mais esperto do que os outros. Usa-se normalmente com o verbo armar: «Armar-se em carapau de corrida.» 
«Armar-se em carapau de corrida» significa, precisamente, tentar impressionar os outros com manifestações pueris de exibicionismo fácil, e tem como expressões equivalentes, entre outras, «armar-se aos cágados» e «armar-se ao pingarelho».

Django, um filme de Tarantino a não perder

Luta geral dos transportes

Luta no Metro

29 de janeiro de 2013

Quer que ponha o seu NIF no recibo?


Bandex - Um futuro pior

O PS junta-se ao PSD e ao CDS-PP para não combater os falsos recibos verdes

Portugal está nas meias finais!!!


Metropolitano de Lisboa


Hoje estava a iniciar a minha viagem sossegada e sem percalços no metro (sossegada e descansada, devido a que estando o metro cheio não corremos o risco de cair, temos sempre um corpo para amparar o nosso), e deparo-me com uma informação, afixada na parede, emitida pelos digníssimos “comandantes” do metropolitano.

Por momentos tive um espasmo cerebral, ao imaginar que a digníssima administração do metropolitano estaria a pedir desculpa por ter sistematicamente as escadas rolantes paradas, por avaria ou por opção própria.

Ou que estariam a informar que iam repor, pelo menos, o numero de metropolitanos a circular nas horas de ponte.

Ou que estariam a pedir desculpa pelo preço que cobram pelas viagens. Que iriam diminuir os privilégios que os membros da administração possuem, assim como o valor dos juros que pagam à banca, para aproximarem o preço das viagens de valores mais justos e em conformidade com os vencimentos que os Portugueses usufruem.

Por fim, disse para mim...

Na... eles estão a agradecer aos trabalhadores do metro pelo excelente trabalho que fazem, e que só devido a isso é que o metropolitano funciona e presta um verdadeiro serviço público, exceptuando o preço que custa, aos trabalhadores portugueses, cada viagem e o passe mensal.

De repente o meu espasmo cerebral terminou, e li a informação...

Informação que pedia desculpa aos utentes pelas sucessivas greves que têm afectado o serviço; Greves essas, segundo estes “patrões”, que eram culpa dos sindicatos que com estes actos queriam destruir o excelente serviço que prestam (deviam estar-se a referir ao trabalho dos administradores, pois se querem roubar os trabalhadores é porque eles não merecem o que ganham).

Enfim...

Estes Senhores deviam explicar aos utentes deste serviço público,

porque é que temos idosos, pessoas grávidas e pessoas com crianças ao colo, a subirem dezenas de degraus...

porque temos das viagens mais caras, na Europa...

porque pagam em juros, por volta do triplo do que pagam em salários aos trabalhadores do metro...

porque as sucessivas administrações, nomeadas pelos sucessivos governos PS, PSD e CDS têm gasto milhões em obras, que poderiam ser feitas com milhares...

porque...

Trabalhadores do metropolitano,

por mim podem e devem continuar a vossa luta contra os roubos que vos têm feito, e que querem continuar a fazer...

Por mim,

não me importo de andar a pé, em solidariedade com a vossa luta.
Não vou gastar parte do meu salário, diário, para apanhar um táxi... quando chegar cheguei...

Não liguem àqueles revoltados que falam, falam... e estão sempre dispostos a servirem de capachos aos patrões... que não têm “disponibilidade financeira para fazerem greves”, mas que têm para gastar em táxis para irem trabalhar...

Não liguem...

Pois estamos, como estamos... porque muitos destes apologistas da “critica burrica” votaram e colaboraram para estes sucessivos governos que têm roubado os nossos direitos...

Muitos destes andam de fato e gravata, mas os filhos passam fome por terem pais cobardes, que abdicaram de lutar pelos seus direitos...

Boa luta...
que eu vou entretendo-me a passear na nossa Lisboa, enquanto dirijo-me para o trabalho.

26 de janeiro de 2013

Que significa a palavra comunista?


A União das Juventudes Comunistas só será digna do seu papel de congregar a jovem geração comunista, quando relacione toda a sua instrução, a sua educação e a sua formação com a parte que deve tomar na luta comum de todos os trabalhadores contra os exploradores, porque vocês sabem perfeitamente que enquanto a Rússia for a única república operária e enquanto o resto do mundo subsistir sob o antigo regime burguês, somos mais débeis que eles; que constantemente nos ameaçam novos ataques, que só aprendendo a manter entre nós a coesão e a unidade, triunfaremos nas lutas futuras e, depois de nos termos fortalecido, nos tornaremos verdadeiramente invencíveis. Portanto, ser comunista significa organizar e unir toda a jovem geração, dar exemplos de educação e de disciplina nesta luta. Então, vocês poderão empreender e levar a cabo a edificação da sociedade comunista.
Eis um exemplo que lhes fará entender este problema. Nós chamamo-nos comunistas. Que significa a palavra comunista? “Comunista” provém da palavra latina communis, que significa comum. A sociedade comunista é a comunidade de tudo: da terra, das fábricas, do trabalho. Isto é o comunismo.
Pode existir trabalho comum se os homens explorarem cada um sua própria parcela? A comunidade do trabalho não se cria de repente. É impossível. Não cai do céu. Há que consegui-la após grandes esforços, após grandes sofrimentos, há que criá-la e obtê-la no decurso da luta. Não se trata aqui de um livro velho, ninguém teria acreditado num livro. Trata-se de uma experiência pessoal vivida. Quando Kolchak e Denikine avançavam contra nós, procedentes da Sibéria e do Sul, os camponeses estavam a seu favor. O bolchevismo não lhes agradava, porque os bolcheviques lhes tirava o trigo de acordo com preços estabelecidos. Porém, depois de ter sofrido na Sibéria e na Ucrânia o poder de Kolchak e de Denikine, os camponeses reconheceram que não podiam escolher mais do que entre dois caminhos: ou votar no capitalismo, que os converteria novamente em escravos dos latifundiários, ou seguir os operários que, certamente, não prometiam o ouro e exigiam uma disciplina de ferro e uma firmeza indomável na dura luta, mas que os libertariam da escravidão dos capitalistas e dos latifundiários.
Inclusive, quando os camponeses, submergidos na ignorância, o compreenderam e sentiram pela sua própria experiência depois dessa dura lição, tornaram-se partidários conscientes do comunismo. Essa mesma experiência é aquela que a União das Juventudes Comunistas deve tomar como base de toda a sua atividade.
Com alguns exemplos, extraídos da experiência do trabalho de certas organizações da juventude, gostaria de mostrar-lhe agora, com a máxima clareza, como se deve fazer a educação no comunismo.
Todo o mundo fala da liquidação do analfabetismo. Como sabem, num país de analfabetos é impossível construir uma sociedade comunista. Não é suficiente que as autoridades dos Sovietes transmitam uma ordem, ou que um partido lance uma diretriz, ou que determinado contingente dos melhores militantes se dedique a essa tarefa. É preciso que a jovem geração ponha também mão à obra.
O comunismo consiste em que a juventude, homens e mulheres pertencentes à União das Juventudes Comunistas digam a si próprios: eis o trabalho que devemos realizar; agrupar-nos-emos e iremos a todos os povoados para liquidar o analfabetismo, para que a próxima geração não tenha analfabetos. Aspiramos a que toda a iniciativa da juventude em formação se dedique a esta obra.
Vocês sabem que é impossível transformar rapidamente a Rússia ignorante e iletrada, numa Rússia instruída; mas se a União das Juventudes puser nisso o seu empenho, se toda a juventude trabalhar para o bem-estar de todos, os 400.000 que a compõem terão o direito de se chamar União das Juventudes Comunistas. Outra das suas missões é, após ter assimilado determinados conhecimentos, a de ajudar os jovens que não puderam desembaraçar-se por si próprios das trevas da ignorância.
Ser membro da União das Juventudes Comunistas é colocar o seu trabalho e a sua inteligência a serviço da causa comum. Nisto consiste a educação comunista. Somente por meio deste trabalho um jovem, homem ou mulher, se convertem em verdadeiros comunistas. Só se obtiverem neste trabalho resultados práticos, chegarão a ser comunistas.
(Trechos do discurso proferido por Lênin no III Congresso da União das Juventudes Comunistas da Rússia, em 2 de Outubro de 1920)

Verdadeiro jornalismo

O rapaz que anda a governar Portugal com um livro do seu ídolo. Já estivemos mais perto do seu tempo !!!
O repórter fotográfico Luís Carregã fez publicar na primeira página do diário As Beiras, uma foto que é uma peça de verdadeiro jornalismo.

Nela se vê que Pedro Passos Coelho anda a ler o livro “A diplomacia de Salazar”, em que Bernardo Futscher Pereira evoca a vertente externa da política de outro governante (entre a ascensão do Presidente do Conselho ao cargo, em 1932, e a adesão de Portugal à NATO, volvidos 17 anos). 

O instantâneo captado por Carregã, em Coimbra, corresponde ao que aos manuais definem como autêntica obra de fotojornalismo, na medida em que comporta informação dificilmente alcançável por outra forma. 

A foto mostra Passos Coelho no interior da sua viatura, em cujo banco traseiro sobressai “A diplomacia de Salazar”. Só espero que não venha um(a) qualquer fundamentalista da privacidade do primeiro-ministro alegar que ela foi violada pela perspicácia do repórter.


A triste anedota portuguesa...

Fazendo jus à confiança da maioria dos votantes portugueses e atestando os respectivos superiores critérios de escolha dessa franja - desinteressadamente esclarecida pelos nossos media - Cavaco Silva, continua na senda da elevação, fiel a si próprio. 

Agora, instado a pronunciar-se sobre a desgraça que nos cai em cima - fomentada e iniciada no seu Governo - o nosso homem resolve recorrer à fina ironia: 

"O silêncio é de ouro! E o ouro está muito caro..." 

Com graça alarve lá vomitou o preço do ouro por onça (certamente ainda bem informado pelos "empreendedores" quadros do BPN onde ganhou dinheiro sujo à nossa custa...) e teve o cuidado de explicar, na sua dicção ao jeito do cozinheiro sueco dos "Marretas": 

"... e a onça vale trinta e UMA gramas!" 

Ora toma! 

Depois da ignorância triste de confundir Thomas More com Thomas Mann, de preferir como obra de Mozart o "Amadeus", de se surpreender e comover com o "sorriso das vaquinhas a avançar, a avançar...", de se queixar do miserável rendimento mensal obtido pelo casal de indigentes Aníbal e Maria, da trafulhice da troca da vivenda MARIANI com a dos vizinhos BPN's, o Presidente dos seus orgulhosos votantes não sabe nem tem quem lhe diga que GRAMA é MASCULINO. 

Bendita Pátria, que tão ditosos filhos... 

(é melhor estar calado...)

Os silêncios que ignoramos até que um dia....


Maiakovski, poeta russo escreveu, no início do século XX:

Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim. 
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.
E na oportunidade não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.
Maiakovski (1893-1930)

Depois Bertold Brecht escreveu:
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956)


Em 1933 Martin Niemöller criou o seguinte poema:

Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar? 
Martin Niemöller,(1892-1984)? símbolo da resistência aos nazistas.


Em 2007 Cláudio Humberto presenteou-nos assim:

Primeiro eles roubaram nos sinais, 
mas não fui eu a vítima, 
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles; 
Depois fecharam ruas, onde não moro; 
Fecharam então o portão da favela, que não habito; 
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho?

Cláudio Humberto,  em 09 Fevereiro de 2007


Também Martin Luther King (1929.1968):

O que mais me preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem carácter, dos sem ética? o que mais me preocupa é o silêncio dos bons!.

Retrato corrente...

Começou o ano do “enorme aumento de impostos”. Os portugueses vão pagar mais IRS, vão receber menos e gastar mais dinheiro com as despesas do dia-a-dia. 

A Rádio Renascença elaborou um guia para o ajudar a fazer contas à crise. 


SERVIÇOS E CONSUMO

Electricidade: +2,8% 
Gás: +2,5% 
Rendas: +3,4% (contratos posteriores a 1990) 
Portagens: +2,03% 
Tabaco: +1,3% 
Bebidas alcoólicas: +1,3% (e +7,5% nas bebidas espirituosas) 
Telecomunicações: +3% (Fevereiro) 
Transportes: +0,9% 
Taxas moderadoras: +0,9% 


IMPOSTOS

IRS: escalões passam de 8 para 5. Sobretaxa de 3,5% de IRS. Rendimentos acima de 80 mil euros por ano pagam taxa solidária de 2,5%. Rendimentos acima de 250 mil euros anuais pagam taxa solidária de 5%. No final, os portugueses assistem a “um enorme aumento de impostos. Rendimentos de capital (juros, dividendos, mais-valias bolsistas): taxa liberatória sobe para 28% 
Tributação património: imóveis acima de um milhão pagam mais 1% de imposto de selo 
Jogos Santa Casa: prémios acima de cinco mil euros pagam 20% do valor em causa 
IVA: devolução 5% do valor das facturas pedidas. Limite máximo de devolução é de 250 euros. São consideradas facturas de alojamento, restauração, cabeleireiros, institutos de beleza e oficinas. 


Menos deduções:

Escalão de rendimento colectável Limite 
Até 7000 € sem limite 
De mais de 7 000€ até 20 000€ 1 250€ 
De mais de 20 000€ até 40 000€ 1 000€ 
De mais de 40 000€ até 80 000€ 500€ 
Mais de 80 000€ 0€
Estes limites são aumentados em 10% por cada dependente. Despesas com saúde, educação, habitação, lares e pensões de alimentos pagas são consideradas deduções à colecta. 
Crédito à habitação: tecto máximo de 296 euros 
Dedução de rendas: tecto máximo 502 euros 


PENSIONISTAS

Acima de 1.350 e até 1.800 euros: corte de 3,5% 
Acima 3.750 euros: corte de 10% 
Acima 5.030 euros: corte de 10% + contribuição extraordinária de solidariedade (15% sobre o montante que exceda 5.030, mas que não ultrapasse 7.545; e 40% sobre o montante que ultrapasse 7.545 euros). 


NOVOS REFORMADOS

Penalização de 4,78%
Alternativa é trabalhar mais tempo
- 65 anos de idade e 40 de descontos: mais 5 meses
- 65 anos de idade e 35 a 39 anos de descontos: mais 8 meses
- 65 anos de idade e 25 a 34 anos descontos: mais 10 meses
- 65 anos de idade e 15 a 24 anos descontos: mais 15 meses 


FUNÇÃO PÚBLICA

Subsídio doença: baixas até 3 dias sem pagamento; redução 10% na remuneração base diária para baixas a partir do 4.º dia e até ao 30.º dia. 
Idade reforma: 65 anos; polícias e militares - 60 anos 
Salários: manutenção das reduções entre 3,5% e 10% para salários superiores a 1.500 euros 


SUBSÍDIOS DE FÉRIAS E DE NATAL DO PÚBLICO

- Subsídio Natal é reposto e mantém-se suspensão do de férias;
- Pensionistas e reformados recebem subsídio de Natal e 10% do subsídio de férias;
- Suspensão subsídio de férias nos moldes de 2012: não se aplica abaixo dos 600 euros; progressivamente entre os 600 e 1100; na totalidade acima dos 1100. 


SUBSÍDIOS DE FÉRIAS E DE NATAL DO PRIVADO

- Diluição de metade dos subsídios de férias e Natal por 12 meses.
- Restantes 50% serão pagos até 15 de Dezembro (Natal) e antes do início das férias. A medida é temporária e deverá vigorar entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2013. 


SUBSÍDIOS - GERAL

Subsídio de desemprego passa a pagar 6% para Segurança Social
Subsídio de doença passa a pagar 5% para Segurança Social
Subsídio por morte dos aposentados: máximo 1.257 euros 


IRC

Empresas com lucros acima de 1,5 milhões: 25% + 3% (taxa adicional)
Empresas com lucros acima de 7,5 milhões: 25% + 5% (taxa adicional) 


PREVISÕES DO GOVERNO PARA A ECONOMIA EM 2013

PIB: -1% 
Défice: 5% 
Consumo privado: -2,2% 
Consumo público: -3,5% 
Investimento público: - 4,2% 
Exportações: 3,6% 
Importações: - 1,4% 
Inflação: 0,9% 
Taxa de desemprego: 16,4% 


REFUNDAÇÃO DO ESTADO

Corte de quatro mil milhões na despesa. Segundo o primeiro-ministro, o Governo vai ter de “mexer nas pensões, nas despesas de saúde, nas despesas de educação”. A poupança será feita, diz Pedro Passos Coelho, “pelas rubricas financeiras mais pesadas”. 

Redução 2% funcionários públicos até 2014: cerca de 40 mil

24 de janeiro de 2013

BANIF - Onde é que já vimos isto?

Banqueiros e Governo dizem que o Banif não é o novo BPN. Mas as semelhanças estão à vista: o banco foi sempre um instrumento para financiar o PSD/Madeira, enquanto acolhia ex-governantes do PSD, mas também do PS. Veja aqui as ligações entre políticos e o banco que acaba de ser salvo com o dinheiro dos contribuintes.


23 de janeiro de 2013

PCP apresenta 12 medidas imediatas e indispensáveis para a vida dos portugueses

O PCP apresentou hoje na Assembleia da Republica um Projecto de Resolução que propõe 12 medidas imediatas para a vida dos portugueses que terão um efeito positivo na economia, permitindo uma maior disponibilidade de poder de compra, essencial para o fomento da procura interna e aliviando igualmente os custos da actividade económica, em particular das pequenas empresas.


20 de janeiro de 2013

Alfredo Barroso «Removido» da SIC-Notícias


CUSTA TANTO OUVIR QUEM NÃO NOS DIZ “ÁMEN”

COMO ERAM BONS OS VELHOS TEMPOS (OS DA OUTRA SENHORA)
«Removido» da SIC-Notícias

Por Alfredo Barroso
CAROS amigos (poucos), simpatizantes (alguns) e conhecidos (muitos),.
... .Cumpro o «doloroso dever» de participar – para gáudio de quem detesta as minhas opiniões e não me pode ver nem pintado – que fui, no dia 2, «removido», por telefone, do programa «Frente-a-Frente» da SIC Notícias, no qual participava desde o ano de 2004.

Digo «removido», porque me parece ser um bom compromisso entre o termo «dispensado» (politicamente correcto) e os termos «despedido» ou «corrido» (politicamente incorrectos). Justificações da «remoção»:
i) necessidade de «renovar» a lista de «paineleiros», naturalmente «remoçando-a» (presumo que um velho rezingão como eu será substituído por um daqueles moçoilos geniais que agora dirigem o PSD);
ii) deixar de pagar as participações no «Frente-a-Frente» (150 euros cada uma), porque a SIC Notícias está paupérrima e passará a aceitar apenas «voluntários» (claro que tiveram o cuidado de não me perguntar se eu queria ser um deles…).

Terminam assim 17 anos consecutivos de colaboração com órgãos de comunicação social do grupo «Impresa»: oito anos e meio como cronista do EXPRESSO, de que fui removido no auge da invasão do Iraque; outros oito anos e meio como colaborador da SIC Notícias, de que fui removido no auge da «guerra» declarada há poucos dias pelo «megafone» de Vitor Gaspar, Pedro Passos Coelho. Suponho que é uma «guerra» contra a esmagadora maioria dos portugueses, que continuam a empanturrar-se de bifes todos os dias…

Mas é claro que não deixa de ser exaltante imaginar a satisfação que esta notícia irá causar em figuras tão proeminentes como a augusta vice-presidente (da AR) Teresa Caeiro, o austero advogado José Luís Arnaut ou o venerável empresário Ângelo Correia – que se recusavam a enfrentar-me há já alguns meses com o beneplácito dos responsáveis pelo programa.

Não ignoro, todavia, que o gáudio não se confina ao chamado «arco do poder», nos seus três tons habituais: cor de laranja azeda, azul cueca e cor-de-rosa fanada. Também vai entrar de roldão em alguns órgãos de comunicação social do regime, politicamente correctos, onde não faltam opinadores tão chatos ou peneirentos como «intocáveis», e digníssimos «pilares» do statu quo que não apreciam dissidências políticas nem franco-atiradores (a não ser quando haja escândalo que aumente as audiências e/ou os leitores).

A única coisa que se me oferece dizer, sem me rir, neste momento, é a seguinte: quando se perde poder ou a aparência dele, por mais ínfimo que seja; quando não se tem a protecção de um partido, ou de uma «igreja», ou de uma associação «cívica» semi-clandestina, ou de um grupo de pressão, ou de um «sacristão», ou de um «patrão», ou de um «padrinho», etc., etc., etc. – o «lonesome cowboy» escusa de armar ao pingarelho, e não tem outro remédio se não o de meter a viola no saco e ir para a caça aos gambozinos. 

Saudações democráticas,
Alfredo Barroso

19 de janeiro de 2013

Guan Jondred Dollar

Bruxos e aprendizes de feiticeiro

Compreende-se o seu desaparecimento (e de outros) das televisões.


Recebi um surpreendente mail que anda a circular pela Net. Diz assim, sem tirar nem pôr:
“Credo!!!!! O homem é bruxo !!!!!!!”
“Dizia ele 15 anos antes…

«A moeda única é um projecto ao serviço de um directório de grandes potências e de consolidação do poder das grandes transnacionais, na guerra com as economias americanas e asiáticas, por uma nova divisão internacional do trabalho e pela partilha dos mercados mundiais.

A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e a pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento de salários, à liquidação de direitos, ao desmantelamento da segurança social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do Estado.»

Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP
«Interpelação do PCP sobre a Moeda Única», 1997


Pois bem: já sabemos, desde há muito – depois de os media tanto nos azucrinarem os ouvidos – que os comunas são uns exagerados, uns extremistas que só protestam e estão sempre a mentir-nos com a famosa cassete que trazem no bolso (para além de já terem comido criancinhas ao pequeno almoço e dado injecções atrás da orelha aos velhos). Assim, não acreditei que o sr. Carvalhas, na altura Secretário-Geral do PCP, tivesse dito aquilo. Só se fosse bruxo, o que eu nunca tinha ouvido dizer.

Vai daí, pus-me em campo e fui consultar os diários das sessões da Assembleia da República. E, espanto dos espantos, não é que esse tal de Carvalhas, que na verdade até parece bruxo, disse aquilo e muito mais?

Cito alguns excertos, poucos, dessa Interpelação do PCP ao Governo de Guterres sobre Moeda Única, feita na Assembleia da República em 19 de Março de 1997 – lamentando que os media de hoje não se preocupem com a memória e a história, nem que seja para lembrar que, mesmo na política, há perigosos bruxos que adivinham e anjos que são uns pobres aprendizes de feiticeiro.

Ribeiro Cardoso


Vejamos então o que disse Carvalhas há 15 anos:

(…) Acusamos o Primeiro-Ministro e o Governo de com a sua fé cega nos dogmas de Maastricht e da participação na moeda única espoliarem o País do poder soberano de utilizar os instrumentos monetário e orçamental para enfrentar situações de crise, impondo assim que todos os custos recaiam inevitavelmente sobre os trabalhadores, através do aumento do desemprego e do congelamento ou reduções salariais; sobre os reformados e sobre muitos e muitos pequenos e médios empresários.

Acusamos o Primeiro-Ministro e o Governo de, através da moeda única, pretenderem amarrar Portugal a uma evolução federalista da União Europeia, sem que para tal tenham mandato dos portugueses.

E acusamos o Primeiro-Ministro e o Governo de, pela recusa de um referendo sobre a moeda única e sobre o Tratado da União Europeia, se concertarem com a direcção do PSD para deliberadamente manterem os cidadãos à margem de uma decisão que, indisfarçavelmente, afectará profundamente o futuro dos portugueses e do País. Aliás não constando sequer do Tratado da União Europeia o Governo aceitou há poucos meses o chamado “Pacto de estabilidade” que prevê sanções que poderão ser muito lesivas para o nosso país que tem uma economia frágil, sem qualquer debate prévio e sem qualquer mandato do povo português. Um “Pacto” imposto pela Alemanha que subserviente e levianamente o Governo assinou em nome dos portugueses e de Portugal.

E quando se questiona o Governo sobre as consequências para o nosso aparelho produtivo, para as pequenas e médias empresas não exportadoras, ou sobre quem vai pagar os custos operativos da introdução do “Euro”, cada Banco, ou mesmo no pequeno comércio a resposta é inevitavelmente a mesma: não há outro caminho, não há outra solução.

Depois quando o desemprego explodir, e ele já é bem superior ao que as manobras estatísticas revelam, então lá teremos as desculpas dos constrangimentos externos…

A verdade é que o Governo do eng. Guterres e o PS, irmanados com o PSD, decidiram desde o princípio que o País tem de querer a moeda única e o Tratado de Maastricht. E é a esse querer unilateral e autoritário que o eng. Guterres e o Governo apelidam de “desígnio nacional”.

(…) As grandes decisões que, como esta, afectam profundamente o curso histórico do nosso País, carecem indubitavelmente de uma legitimação democrática qualificada.

Mas para matéria tão decisiva o tão celebrado «diálogo» já não faz parte dos atributos do Governo. Temos sim o diktat do “Pensamento Único” e dos compromissos do governo PS. É caso para perguntar: de que tem medo o PS? Que razões existem para tão grande falta de autoconfiança nas virtudes desse paraíso anunciado que vos leva a proibir, nos termos constitucionais, que o povo português seja chamado, por
referendo – como o PCP propõe – a pronunciar-se sobre a moeda única? Se só temos vantagens com o “euro”, se tudo é “cor de rosa”, e “oásis” porquê ter medo que seja o povo a decidir?

Argumenta o Sr. Primeiro-Ministro com os mercados que fustigariam o escudo! Bela desculpa. Os mercados, Sr. Primeiro-Ministro, não são entidades abstractas, têm rosto,
são os Bancos, é o capital financeiro. Têm rosto mas não têm certidão de eleitor. Ou será que o governo PS entende que os mercados devem decidir pelo povo português? Pela nossa parte rejeitamos a teologia economicista que confia aos “mercados” o Governo de Portugal.

Nenhum governo tem legitimidade ou está mandatado para suprimir a moeda nacional e substituí-la por uma moeda única da União Europeia imposta pelos interesses do eixo franco-alemão.

O Governo e o PS (tal como o PSD) não querem o referendo porque não querem o debate, e não querem o debate porque têm receio de que a sua propaganda seja contestada, porque sabem que aquilo que apregoam a favor do euro é uma mistificação, porque o seu diálogo, é um diálogo de sentido único, só para falarem mas não para ouvirem, e muito menos para considerarem o que ouvem.

Porque o PS (e o PSD) sabe que a moeda única e o caminho seguido põe em causa e subalterniza o princípio da “coesão económica e social”, tem pés de barro e os ditos critérios não têm qualquer fundamento económico ou científico.

É um caminho para mais desemprego e subemprego, que fragiliza e põe em causa o aparelho produtivo nacional e o futuro soberano e democrático de Portugal.

A moeda única fragiliza e põe em causa o aparelho produtivo nacional.

É ou não verdade que a moeda única, um euro feito, como é inevitável, à imagem e semelhança do marco, supervalorizado em relação ao curso normal do escudo, vai tornar ainda mais difícil a competitividade dos produtos portugueses nos mercados
europeu e mundial quando confrontados com os nossos principais concorrentes, os países fora da zona do euro, os países asiáticos, os países do continente americano, com as suas moedas e taxas de câmbio próprias?

No mercado comunitário, incluindo no mercado nacional, face à menor eficiência da nossa economia, os produtos portugueses ou aparecerão mais caros e as empresas terão dificuldades acrescidas na venda, ou terão preços semelhantes aos de outros países comunitários e as empresas portuguesas venderão com margens cada vez menores ou mais certamente pela redução relativa dos salários.

A moeda única é um instrumento de aprofundamento do mercado único e de desregulamentação das fronteiras. Muitas e muitas empresas, bem como os agricultores portugueses, que vendem para o mercado nacional, vão confrontar-se também com a aceleração das importações feitas com mais baixos custos cambiais e portanto com uma ainda maior substituição da produção nacional por produção estrangeira. O encerramento de empresas e a crise em muitos sectores serão a consequência lógica de tal processo. Seria por isso de grande interesse que o governo nos dissesse aqui como é que a economia portuguesa vai aguentar o duplo choque a que vai estar submetida: o choque da moeda única e o choque da crescente abertura ditada pela O.M.C.

A moeda única e os critérios de Maastricht são um factor de aumento do desemprego.

A livre circulação de capitais – facilitada e dinamizada pela moeda única – em condições de relativa aproximação média das taxas de juro, vai impulsionar a deslocalização do
dinheiro, dos investimentos, das empresas, para as regiões da Comunidade Europeia com maiores produtividades e dinamismo económico.

A vantagem «comparativa» que o Governo do PS se prepara para oferecer é uma força de trabalho mais barata, com menos garantias sociais.

Aí virão os apelos e as chantagens sobre os trabalhadores para políticas ditas de moderação salarial, de aumento da desregulamentação das relações de trabalho, de mais precariedade, de maior facilidade de despedimento, de mobilidade dos trabalhadores, de menor protecção social. E isto num país onde os lucros das grandes empresas estão em alta e o investimento em baixa, onde cerca de 50% da mão de obra tem vínculos precários e onde se mantêm as artimanhas governamentais para que as 40 horas não sejam cumpridas!

(… ) A moeda única não vai dar mais voz a Portugal. Bem pelo contrário. A moeda única vai entregar a condução da política monetária e cambial, da política fiscal e da
política económica ao Banco Central Europeu, omnipotente e intocável, em cujas decisões executivas dominadas pelo eixo franco-alemão, Portugal não participa.

(…) Como afirma recentemente um relatório do Conselho da Europa, o «défice democrático que existe no seio da União Europeia agravar-se-á de maneira intolerável».

Portugal perde um elemento constitutivo da sua soberania nacional. Como parente pobre e subalterno a voz do país não terá qualquer peso ou relevo significativo e andará a reboque dos interesses das grandes potências.

É sabido também que os níveis económicos e monetários tendem a aumentar o fosso entre as zonas mais desenvolvidas e as de menor desenvolvimento. A história mostra-nos que para compensar tal tendência os governos foram obrigados a reforçar através dos respectivos orçamentos as compensações a essas regiões. Mas no caso da União Europeia como é sabido, os países ricos recusam-se a reforçar o Orçamento comunitário e com o alargamento as pressões negativas ainda vão ser maiores. Chegou a falar-se de um Fundo para o efeito, mas tal foi abandonado.

(…) Para o PS do Eng. Guterres – ao contrário de outros partidos socialistas – não há reservas, nem em relação ao «nó duro» do Euro, nem a uma «zona alargada» do marco, nem há preocupações com o “Pacto de estabilidade”, nem com a submissão a um Banco Central feito à medida do Bundesbank!

Ao contrário do que se quer fazer crer há outros caminhos. É possível uma outra construção europeia de paz e cooperação, de co-desenvolvimento, que faça do princípio da coesão económica e social o seu primeiro objectivo, que ponha em primeiro lugar o emprego e a convergência real das economias e não a convergência nominal. Uma Europa plural que ataque um dos seus mais graves problemas; o desemprego, o que passa por uma verdadeira cooperação monetária, pelo reforço do Orçamento Comunitário, pelo financiamento de projectos comuns, pelo aproveitamento dos recursos de cada país e pela solidariedade recíproca. Uma Europa social, harmonizando por cima em vez de nivelar por baixo ou pelo nível dos países do Terceiro Mundo as conquistas sociais.

A moeda única não é um projecto de cooperação Europeia, não é um projecto para
o desenvolvimento das economias mais periféricas, e da economia portuguesa em
particular.

A moeda única não é um projecto para mais e melhor emprego.

A moeda única é um projecto ao serviço de um directório de grande potências e de consolidação do poder de grandes transnacionais na guerra com as transnacionais e as economias americanas e asiáticas, por uma nova divisão internacional do trabalho e pela partilha dos mercados mundiais.

A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e a pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento de salários, à liquidação de direitos, ao desmantelamento da segurança social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do Estado…

O Primeiro-Ministro vai procurando enfeitar o seu febril fundamentalismo pela Moeda Única, pela Europa política, económica e monetária, com a referência vaga a uma dita Europa social.

Mas a Europa social que os trabalhadores e o povo português reclamam não pode resumir-se a meras frases vazias de conteúdo, nem à concepção de uma Europa social “complementar” e de disfarce da Europa comandada pelo capital financeiro em que o “social” apenas visa favorecer uma certa resignação dos trabalhadores à pretensa inevitabilidade da baixa dos custos do trabalho.

Essa concepção instrumental, subordinada e propagandística do “social” na Europa da moeda única é, aliás, perfeitamente comprovada com o facto de a menção do emprego
como princípio de valor equivalente à estabilidade monetária ter sido rejeitada pelos governos dos quinze na Conferência Inter- Governamental. Ou como, mais cruamente, a pôs a nu o presidente do Bundesbank ao afirmar que “com a moeda única, o airbag social será suprimido”.

“A coesão económica e social” deve ser o objectivo central de qualquer integração europeia e não uma vulgar opção que se junta em último lugar para tornar o todo
publicamente apresentável. De nada representaria amanhã uma gota de “social” no oceano do desemprego, da pobreza, da desregulamentação, da flexibilidade, da liquidação de direitos e do tudo à economia de casino que é o que representa a Europa da moeda única.

É a própria lógica da actual construção europeia que está em questão”. (…)

Não será isto “política de classe” ???


Partido PCP questiona "regime de excepção" para dirigentes da Carris e do Metro

O PCP questionou esta quinta-feira o Governo sobre o "regime de excepção" dos dirigentes em comissão de serviço no Metro e na Carris, que, de acordo com um documento da administração, podem ser aumentados, ao contrário dos restantes trabalhadores. 

"É injusto e inaceitável o que está a ser praticado relativamente aos salários, aos roubos dos subsídios de férias e Natal, ao enorme aumento de impostos, que está a penalizar quem trabalha. Não ficamos satisfeitos se isto for para todos os trabalhadores, mas é mais revoltante ainda e mais injusto ainda aplicar isto a trabalhadores e depois isentar dirigentes em comissão de serviço", defendeu o deputado comunista Bruno Dias, aos jornalistas, no Parlamento. 

O PCP dirigiu hoje uma pergunta aos ministérios da Economia e das Finanças questionando-os sobre o conhecimento desta orientação da Carris e do Metropolitano, se este é um caso isolado ou uma prática generalizada nas empresas do Estado e que medidas tencionam desenvolver sobre a matéria. 

Anexo à pergunta, segue uma circular distribuída a todos os trabalhadores do Metro e da Carris em que é exposta a aplicação às empresas do Orçamento do Estado para 2013, incluindo a proibição de valorizações remuneratórias. 

"As valorizações remuneratórias decorrentes do exercício de cargos de direcção, em regime de comissão de serviço, não se encontram vedadas pela presente disposição legal", ressalva-se nessa circular. 

"Nós consideramos que isto é de uma injustiça inaceitável, é uma falta de pudor que torna ainda mais grave e ainda mais revoltante esta política de roubo sobre quem trabalha", afirmou Bruno Dias, considerando que se está perante um "regime de excepção". 

"Ainda há pouco tempo, levantámos o problema na mesma empresa, o metropolitano (agora é também para a Carris), de aumentos salariais muito grandes sobre as chefias recém-nomeadas pela administração. Há aqui dois pesos e duas medidas que é preciso tirar a limpo", defendeu o deputado.

18 de janeiro de 2013

Umas verdades...


O PCP tem denunciado e demonstrado que não é este o Caminho; Que este caminho só nos vai levar, ainda mais, à fome e à morte por doença por não haver dinheiro para ir ao médico.
O PCP diariamente luta e trabalha, para mudar… e transformar as consciências de modo a que o Povo perceba o caminho para o qual estão a ser levados.
E que diga basta…
A Comunicação social faz ouvidos surdos, pois os meios da comunicação social não pretendem ir contra os interesses dos seus patrões… mesmo que esses interesses colidam com o direito a viver de milhões…
No entanto de vez em quando aparecem umas verdades, nessa comunicação social… por lapso.

António Costa, em menos de 3 minutos, no programa "quadratura do círculo".

(...) A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil. Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir.
E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira inaceitável.
Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia. Portanto não é aceitável agora dizer? podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos, agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses. Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar!
A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste. Esta mentira só é ultrapassada por uma outra. A de que não há alternativa à austeridade, apresentada como um castigo justo, face a hábitos de consumo exagerados. Colossais fraudes. Nem os portugueses merecem castigo, nem a austeridade é inevitável.
Quem viveu muito acima das suas possibilidades nas últimas décadas foi a classe política e os muitos que se alimentaram da enorme manjedoura que é o orçamento do estado. A administração central e local enxameou-se de milhares de "boys", criaram-se institutos inúteis, fundações fraudulentas e empresas municipais fantasma. A este regabofe juntou-se uma epidemia fatal que é a corrupção. Os exemplos sucederam-se. A Expo 98 transformou uma zona degradada numa nova cidade, gerou mais-valias urbanísticas milionárias, mas no final deu prejuízo. Foi ainda o Euro 2004, e a compra dos submarinos, com pagamento de luvas e corrupção provada, mas só na Alemanha. E foram as vigarices de Isaltino Morais, que nunca mais é preso. A que se juntam os casos de Duarte Lima, do BPN e do BPP, as parcerias público-privadas 16 e mais um rol interminável de crimes que depauperaram o erário público. Todos estes negócios e privilégios concedidos a um polvo que, com os seus tentáculos, se alimenta do dinheiro do povo têm responsáveis conhecidos. E têm como consequência os sacrifícios por que hoje passamos.
Enquanto isto, os portugueses têm vivido muito abaixo do nível médio do europeu, não acima das suas possibilidades. Não devemos pois, enquanto povo, ter remorsos pelo estado das contas públicas. Devemos antes exigir a eliminação dos privilégios que nos arruínam. Há que renegociar as parcerias público--privadas, rever os juros da dívida pública, extinguir organismos... Restaure-se um mínimo de seriedade e poupar-se-ão milhões. Sem penalizar os cidadãos.
Não é, assim, culpando e castigando o povo pelos erros da sua classe política que se resolve a crise. Resolve-se combatendo as suas causas, o regabofe e a corrupção. Esta sim, é a única alternativa séria à austeridade a que nos querem condenar e ao assalto fiscal que se anuncia."